Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 26 de março de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro desistiu de ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) nessa quarta-feira (26) para assistir ao julgamento da Primeira Turma da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra ele e sete aliados por uma suposta tentativa de golpe de Estado. Após ficar frente a frente dos ministros no primeiro dia, desta vez ele acompanhou a sessão do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no prédio principal do Congresso.
O ex-presidente chegou ao Senado um pouco antes do início da sessão da Primeira Turma e recebeu a visita da senadora Damares Alves (Republicanos-DF). Segundo aliados, Bolsonaro pode passar o dia no Congresso.
Na terça, Flávio não acompanhou o julgamento com o pai porque estava presidindo uma audiência sobre a “ADPF das Favelas” na Comissão de Segurança Pública, a qual ele preside. A ação, que trata sobre operações policiais em comunidades do Rio, deve ser julgada pelo plenário STF no período da tarde.
A sessão da Primeira Turma foi interrompida na terça após o voto dos ministros sobre pedidos preliminares das defesas, como o julgamento do caso no plenário e a nulidade da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Os requerimentos foram rejeitados pela maioria do colegiado.
Como a maioria dos ministros decidiu aceitar a denúncia nessa quarta, o ex-mandatário e os outros integrantes do “núcleo central” viraram réus.
Mensagem a aliados
Bolsonaro enviou uma mensagem aos seus aliados mais próximos, pouco antes do início do julgamento do STF que tornou ele e sete aliados réus por tentarem se manter no poder após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em outubro de 2022. No texto compartilhado em grupos de Whatsapp e Telegram, Bolsonaro diz nunca ter participado de um plano golpista que teria culminado nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
O ex-mandatário elencou pontos que, segundo ele, comprovariam uma perseguição do judiciário. Ele citou que o julgamento tem por objetivo impedi-lo de participar das próximas eleições presidenciais, em 2026, e citou o seu filho 03, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que deixou o mandato e passou a morar nos Estados Unidos por alegar sofrer perseguições no Brasil. Ele argumentou que não estava no Brasil, no dia 8 de janeiro.
“Me acusam de um crime que jamais cometi – uma suposta tentativa de golpe de Estado. Conversei com auxiliares alternativas políticas para a Nação, mas nunca desejei ou levantei a possibilidade da ruptura democrática. As mudanças nos comandos das Forças Armadas foram feitas sem problemas. Sempre agi nas quatros linhas da Constituição. Sempre. Não houve golpe de Estado, o candidato adversário tomou posse, saí do País, não estava aqui no dia 8/1 e mesmo assim tentam me condenar. Sabem que se eu disputar a eleição presidencial de 2026 serei vitorioso e colocarei, novamente, o Brasil no rumo certo”, disse na mensagem.