Terça-feira, 01 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de março de 2025
Em uma segunda etapa do esforço para reagir ao que chama de “mentirosa” e “falsa versão de um bucólico passeio de velhinhas com Bíblias” ou “de pessoas que estavam com batom e foram somente pichar a Estátua da Justiça”, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes incluiu na íntegra de seu voto gráficos e tabelas com detalhes sobre faixas etárias, distribuição de penas e volume de acordos de prestação de serviços à comunidade de mais de mil presos nas manifestações extremistas do 8 de Janeiro.
O voto formal do ministro no julgamento que tornou réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e mais sete acusados foi registrado nos sistemas do Supremo na tarde dessa quinta-feira (27).
Gráficos e tabelas anexados aos anais do STF são mais detalhados do que os exibidos no julgamento. O voto traz, ainda, o registro de que apenas quatro mulheres acima de 66 anos receberam penas privativas de liberdade no Supremo. Elas foram presas dentro do Palácio do Planalto durante a invasão e tinham em seus telefones, periciados pela Polícia Federal (PF), vídeos celebrando a invasão e de conteúdo golpista.
“A análise estatística demonstra que, de 1.039 pessoas responsabilizadas pelos crimes decorrentes da Tentativa de Golpe de Estado e Atentado ao Estado Democrático de Direito, em 8 de janeiro de 2023, somente quatro mulheres, com 66 anos ou mais, ou seja, 0,38% do total, foram condenadas a penas privativas de liberdade”, inicia o ministro.
“Nenhuma das quatro mulheres com mais de 66 anos, diferentemente do que falsa e criminosamente é divulgado nas redes sociais pelas milícias digitais, foi presa “rezando” ou com a “bíblia na mão”, mas participando ativamente dos graves crimes contra a democracia brasileira, tendo invadido e sido presas dentro das sedes dos Três Poderes parcialmente destruídas, conforme se verifica nas decisões condenatórias”, segue Moraes.
Uma das presas, segundo a decisão, tinha vídeos dentro de uma caravana até o quartel general do Exército, além de conteúdo golpista. Outra chegou a se registrar dentro do Planalto já invadido, celebrando a tentativa de golpe. Todas tinham material comprovando o intento de golpe e a invasão dos prédios nos telefones, além de terem sido presas dentro do Planalto já depredado.