Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de janeiro de 2016
O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu admitiu, ao juiz federal Sérgio Moro, que errou ao aceitar favores do lobista Milton Pascowitch, um dos operadores do esquema de pagamento de propinas da Petrobras. Em depoimento, o petista disse ter recebido favores de investigados na Operação Lava-Jato e negou ter indicado Renato Duque para a diretoria de Serviços da Petrobras.
Segundo seu advogado, o criminalista Roberto Podval, Dirceu teria ciência de que Pascowitch podia usar seu nome em negociatas ilegais, mas negou que fosse o mentor do esquema. A força-tarefa sustenta que a JD Consultoria, empresa do ex-ministro, era uma fachada para receber propinas de empreiteiras. No total, Dirceu teria embolsado 11 milhões de reais.
Podval disse que o ex-ministro admitu que os valores pagos por Pascowitch foram para reformas e decoração de um apartamento. O pagamento foi realizado em troca da amizade que o lobista mantinha com Dirceu.
“Errei. Recebi dinheiro do Milton mesmo”, teria dito Dirceu, segundo o advogado. “Mas não era dinheiro para ele. O Milton pagou direto a reforma e pagou direto para a decoradora”, completou o defensor. “Se você perguntar para mim em troca de que, eu vou te falar: em troca de vender a amizade de Zé Dirceu. Milton fretava o Zé Dirceu”, declarou Podval. (AG)