Segunda-feira, 07 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 6 de abril de 2025
Um levantamento divulgado nesse domingo (6) pela Genial/Quaest mostra que a maior parte da população brasileira é contrária à anistia dos envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília (DF), ocorridos em 8 de janeiro de 2023.
Segundo a pesquisa, 56% acreditam que os responsáveis devem permanecer presos, enquanto 34% defendem que sejam libertados – seja por acreditarem que a prisão foi injusta desde o início, seja por entenderem que o tempo de reclusão já foi suficiente. Outros 10% não souberam ou preferiram não opinar.
O estudo foi encomendado pela Genial Investimentos e ouviu 2.004 pessoas entre os dias 27 e 31 de março. A margem de erro é de dois pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
A pesquisa também revela um forte contraste nas opiniões de acordo com o voto dado no segundo turno das eleições presidenciais de 2022. Entre os que escolheram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77% são favoráveis à manutenção das prisões dos envolvidos. Já entre os eleitores de Jair Bolsonaro (PL), esse percentual cai para 32%. Entre aqueles que não votaram ou anularam/brancos, 53% são contra a anistia.
A defesa pela libertação dos envolvidos é mais expressiva entre os bolsonaristas: 61% se posicionam a favor da anistia. No eleitorado lulista, apenas 15% compartilham dessa visão. Entre os que não votaram ou anularam, o apoio à anistia é de 31%.
Percepção sobre Bolsonaro
A pesquisa também investigou a percepção da população sobre o envolvimento do ex-presidente Jair Bolsonaro nos atos antidemocráticos. Em relação ao último levantamento, realizado em dezembro de 2024, os números se mantiveram estáveis: 49% dos entrevistados ainda acreditam que Bolsonaro teve participação no planejamento dos ataques, enquanto 35% rejeitam essa hipótese.
Quanto à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de tornar o ex-presidente réu, 49% consideram a medida justa, 36% discordam, e 12% não souberam ou preferiram não responder.
A avaliação também varia conforme o perfil do eleitorado. Entre os que votaram em Lula, 80% aprovam a decisão do STF. No grupo de eleitores de Bolsonaro, apenas 16% concordam com o julgamento. Já entre os que anularam ou votaram em branco, há maior divisão: 51% acham a medida justa, 30% a consideram injusta, e 19% não têm opinião formada ou preferem não se manifestar.