Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nessa terça-feira (9) que tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional, e pediu mais união das nações sul-americanas e caribenhas diante de disputas por antigas hegemonias. Em discurso na cúpula dos países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, o petista frisou que “guerras comerciais não têm vencedores”.
A Celac é o único mecanismo de diálogo que abrange todos os países em desenvolvimento do continente americano. A fala do presidente faz referência à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de promover o chamado “tarifaço”, isto é, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, “roubam” os EUA na relação comercial.
Desde que o anúncio foi feito, na semana passada, países como a China e blocos como a União Europeia passaram a articular uma reação ao “tarifaço”. Além disso, México e Canadá já vinham anunciando medidas ao longo das últimas semanas.
“Agora, nossa autonomia está novamente em cheque. Tentativas de restaurar antigas hegemonias pairam sobre nossa região”, afirmou o presidente.
Tarifas arbitrárias desestabilizam a economia internacional e elevam os preços. A história nos ensina que guerras comerciais não têm vencedores”, prosseguiu.
O evento, no qual Lula discursou nesta tarde, reúne representantes dos 33 países da América Latina e do Caribe, além de delegados de organismos internacionais e parceiros extrarregionais convidados pela presidência hondurenha.
Na fala, o petista pediu pela cooperação entre os países da região.
“Se seguirmos separados, a comunidade latino-americana e caribenha corre o risco de regressar à condição de zona de influência em uma nova divisão de superpotências. O momento exige que deixemos as nossas diferenças de lado”.
O presidente aproveitou o discurso na cúpula para defender a candidatura de uma mulher da região para o cargo de secretária-geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
“A Celac pode contribuir para resgatar a credibilidade da ONU elegendo a primeira mulher secretária-geral da organização”, disse Lula.
O atual secretário-geral da ONU, o português António Guterres, está na função desde 2017 e terminará seu mandato no ano que vem.
Entre os nomes cogitados para concorrer ao cargo, estão os de:
– Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile;
– Mia Mottley, primeira-ministra de Barbados;
– Rebeca Grynspan, ex-vice-presidente da Costa Rica.
A dificuldade para viabilizar a pretensão brasileira é encontrar um nome de consenso em uma região com governos de posições políticas divergentes.