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Política Apenas quatro em cada dez cursos de Medicina no País atingem nível ideal de qualidade

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Maioria tem nível regular e só 6 de 309 cursos avaliados alcançaram nota máxima. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Apenas quatro em cada dez cursos de Medicina do País alcançaram as notas mais altas no Conceito Preliminar de Cursos (CPC), índice do Ministério da Educação (MEC) que avalia a qualidade das graduações. Entre as 309 graduações avaliadas, somente 40,4% obtiveram médias 4 e 5, ideais para cursos da área.

O número de cursos de Medicina aumentou significativamente nos últimos anos. Entre os fatores por trás desse cenário estão o programa Mais Médicos, que incentivou a abertura de graduações em cidades remotas e o grande retorno financeiro desses cursos. Associações de classe e ligadas ao ensino superior privado têm se mobilizado no Congresso e no Judiciário em defesa de diferentes critérios para liberar mais escolas médicas.

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão ligado ao ministério, divulgou ontem os dados dos indicadores de qualidade do ensino superior. Os números incluem o CPC, do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), e o Índice Geral de Cursos (IGC) – que avalia as instituições. Neste ciclo, o Inep avaliou cursos da área de Saúde e Engenharias. Além Medicina, o Inep avaliou carreiras como Arquitetura, Engenharia Civil e Fisioterapia.

As notas do CPC variam de 1 a 5, sendo 4 e 5 as adequadas para cursos como Medicina. O indicador avalia universidades públicas e privadas. Para construir a nota, o MEC considera o desempenho dos estudantes no Enade, além de outros critérios, como dados sobre o corpo docente, infraestrutura e recursos didático-pedagógicos.

De acordo com os dados, a maior parte das graduações na área têm nota 3 (50,5%), considerada regular. Em seguida, 38,5% dos cursos avaliados têm conceito 4, e somente 6 cursos, ou 1,9%, chegaram à nota máxima: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, Faculdade Israelita de Ciências da Saúde Albert Einstein, Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), Centro Universitário Governador Ozanam Coelho e Centro Universitário São Camilo.

Enade

Um dos componentes do CPC, o Enade avalia o desempenho dos estudantes em sua área. Para isso, é aplicada uma prova com 40 questões, das quais 10 são de conhecimentos gerais e outras 30 de conhecimentos específicos. O conceito também varia de 1 a 5.

Conforme os dados do MEC, em 44,9% dos cursos de Medicina avaliados o desempenho dos estudantes obteve notas 4 e 5. O nível regular foi a realidade de 33,6% das graduações, e 20% (um em cada cinco cursos) tiveram desempenho ruim, com notas 1 e 2. A prova do Enade é feita anualmente, mas a cada ciclo avalia áreas diferentes. As provas são aplicadas nas turmas de estudantes ingressantes e concluintes das áreas sob avaliação.

Aplicado desde 2004, o exame é alvo de críticas por cobrar habilidades genéricas. Já as queixas sobre o CPC envolvem engajamento. Como não há sanções a alunos que não participam do Enade, isso faz com que universidades desenvolvam mecanismos de presença. Na visão de especialistas, isso fragiliza as métricas. “Usar o CPC para ser medidor de qualidade pode gerar distorções, uma instituição pode ter um curso excelente, mas, se os alunos boicotarem o Enade, ela não vai ter bom CPC”, diz o advogado Henrique Silveira, especialista no tema.

Entre outros aspectos do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) que são alvo de questionamento estão as inspeções in loco. Uma das críticas é que essas visitas são ultrapassadas e não têm diferenciação de parâmetros entre as áreas, o que, na concepção de especialistas, torna o processo falho.

O Inep realiza cerca de 10 mil visitas para avaliação in loco por ano. As visitas estão entre os critérios para autorização de abertura de novos cursos e, como o Estadão já mostrou, devem sofrer alterações para avaliar mais as práticas na área de Saúde.

Comparação

O Enade avaliou 190 cursos de Medicina em instituições privadas com e sem fins lucrativos, e confessionais. Desses, 27,3% tiveram baixo desempenho, com nota 1 e 2. Já entre os 113 cursos de universidades públicas, apenas 6,1% tiveram notas mais baixas.

No patamar mais alto da avaliação, apenas 28,9% dos cursos privados tiveram notas 4 e 5. O porcentual é 72,5% entre os cursos de universidades públicas. No CPC a diferença também permanece entre públicas e privadas: 36,8% dos cursos privados em Medicina ficaram nas faixas 4 e 5. Entre as públicas, o porcentual foi de 46,9%. (Com informações do jornal O Estado de S. Paulo)

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