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Economia Em meio ao “tarifaço”, comércio com os Estados Unidos bate recorde no 1º trimestre; Brasil importou mais do que exportou

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Segundo dados do governo brasileiro e da Amcham, comércio bilateral somou US$ 20 bilhões nos três primeiros meses deste ano. (Foto: Divulgação/Porto de Santos)

O comércio entre o Brasil e os Estados Unidos bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nessa segunda-feira (14) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).

O resultado positivo acontece em meio às tensões comerciais resultantes do “tarifaço” imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump à maior parte do planeta, que atingiu também o Brasil – sobretudo, em produtos como aço e alumínio.

De acordo com o “Monitor do Comércio Brasil-EUA”, publicado a cada três meses pela Amcham, a corrente de comércio atingiu US$ 20 bilhões entre janeiro e março de 2025.

É o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica. O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024.

“O resultado reforça a solidez da relação bilateral e o dinamismo do comércio entre os países. Destaques incluem o forte desempenho das exportações da indústria brasileira e o crescimento das importações de bens de alto valor agregado, com ênfase em tecnologia e energia, informou a Amcham Brasil.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 9,65 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 10,3 bilhões.

Com isso, houve um déficit comercial de US$ 654 milhões para o Brasil no período.

“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais comércio e investimentos bilaterais”, afirmou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

A Amcham Brasil reforçou a importância de preservar um ambiente comercial previsível, transparente e construtivo, pautado pelo diálogo entre os setores público e privado.

“É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, concluiu Abrão Neto.

Tarifaço

O governo dos EUA anunciou, em março, aumento das tarifas sobre aço e alumínio, impactando as vendas externas brasileiras destes produtos aos EU, que ficaram mais caras.

No começo deste mês, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, afirmou que é possível que o resultado da balança comercial de março tenha sido influenciado pela decisão dos EUA de subir as tarifas de aço e alumínio, englobando produtos brasileiros.

“Pode ser que sim (que tenha impacto), mas a gente ainda não consegue perceber esse efeito direto do aumento da tarifa [de aço e alumínio]”, declarou Brandão, do MDIC, na ocasião.

Donald Trump anunciou, na semana passada, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, “roubam” os EUA na relação comercial. Os produtos brasileiros foram taxados com o menor índice, de 10%

Desde o anúncio, países como a China e blocos como a União Europeia passaram a articular uma reação ao tarifaço. Além disso, México e Canadá já vinham anunciando medidas ao longo das últimas semanas.

Na última quinta-feira (10), Trump recuou e afirmou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.

No caso dos produtos chineses, as taxas impostas pelos Estados Unidos aumentarão para 145%, o que causou retaliações de Pequim. Já na sexta (11), a China anunciou mais uma medida reciproca, e as tarifas impostas pelo país aos EUA chegaram a 125%.

Exportações e importações 

Segundo números da Amcham Brasil, as exportações industriais brasileiras para os EUA somaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março — o maior valor já registrado para um primeiro trimestre.

Com isso, os EUA ampliaram sua liderança como principal destino da indústria brasileira, passando a representar 18,1% do total exportado pelo setor (ante 17,7% no mesmo período de 2024), acrescentou a entidade.

— Destaques das exportações:

* Sucos (+74,4%)
* Óleos combustíveis (+42,1%)
* Café não torrado (+34%)
* Aeronaves (+14,9%)
* Semiacabados de ferro ou aço (+14,5%)

A carne bovina passou a figurar entre os dez produtos mais exportados para os EUA, com alta expressiva de 111,8%, ocupando a 9ª posição.

Importações

A pauta de compras nos EUA, segundo a Amcham Brasil, foi dominada por bens manufaturados (89,2%), com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados.

As compras de petróleo bruto aumentaram 78,3%, revertendo a tendência de queda anterior e impulsionando o setor energético. Já as importações de gás natural recuaram, refletindo a menor demanda no início do ano.

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