Quarta-feira, 16 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2025
Mais da metade das assinaturas que viabilizaram a apresentação do requerimento de urgência para o projeto da anistia aos manifestantes extremistas do 8 de Janeiro são de partidos do Centrão que comandam ministérios do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A proposta de urgência foi apresentada com o objetivo de acelerar a tramitação do projeto, o que elimina a necessidade de análise pelas comissões temáticas da Câmara, permitindo que ele seja votado diretamente no plenário.
O líder do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-SP), foi o responsável por protocolar o documento com 262 assinaturas na tarde dessa segunda-feira (14). Inicialmente, ele pretendia reunir ainda mais apoios, mas resolveu antecipar o protocolo devido à suposta intenção do governo de pressionar parlamentares a retirarem suas assinaturas do requerimento.
Segundo os dados apresentados, partidos que integram a base do governo e ocupam ministérios foram responsáveis por 146 das 262 assinaturas, o que representa 55,7% do total. São siglas como União Brasil, PP, PSD, Republicanos e MDB, todas com representação no alto escalão do Executivo federal.
— Confira a seguir a quantidade de assinaturas por partido. A soma totaliza 264, mas duas assinaturas foram invalidadas:
* União Brasil – 40 de 59 deputados
* PP – 35 de 48 deputados
* PSD – 23 de 44 deputados
* Republicanos – 28 de 45 deputados
* MDB – 20 de 44 deputados
* PL – 90 de 92 deputados
* Avante – 4 de 8 deputados
* Podemos – 9 de 15 deputados
* PSDB – 5 de 13 deputados
* Cidadania – 3 de 4 deputados
* Novo – 4 de 4 deputados
* PRD – 3 de 5 deputados
Na semana passada, o líder do PT na Câmara dos Deputados, deputado Lindbergh Farias (RJ), cobrou um posicionamento mais claro dos partidos que integram a base de apoio ao presidente Lula. Ele criticou a adesão de parlamentares governistas ao requerimento de urgência, sinalizando insatisfação com o comportamento desses aliados.
“Esse é um bom momento para perguntar quem quer ficar aqui do nosso lado, porque se a pessoa assina num projeto desse, com certeza não quer ficar aqui desse lado”, afirmou Lindbergh, evidenciando o clima de tensão política.
De acordo com o blog do jornalista Octavio Guedes, no portal de notícias g1, o presidente interino da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), não pretende dar andamento imediato ao tema. A decisão é aguardar o retorno do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que está em viagem, para que o assunto seja discutido com os líderes partidários.