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Rio Grande do Sul Começam em Passo Fundo as obras da maior usina gaúcha de etanol

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Unidade terá capacidade de produção anual de 220 milhões de litros do biocombustível.(Foto: Maurício Tonetto/Secom-RS)

Em um marco para o setor de biocombustíveis no Rio Grande do Sul, foi lançada oficialmente em Passo Fundo (Norte gaúcho) a segunda fase das obras da nova usina de etanol da empresa Be8. A unidade – que deve ser a maior do gênero no Estado – utilizará trigo e outros cereais como matéria-prima. O investimento previsto é de R$ 1,1 bilhão.

Com área de 80 hectares, a usina terá capacidade de produção anual de 220 milhões de litros de etanol e contará também com a primeira planta industrial de glúten vital do Brasil, com capacidade para atender ao mercado nacional e ao Mercosul. A previsão é de que as operações tenham início no segundo semestre de 2026.

No pico das obras, serão gerados até 2 mil postos de trabalho. Após a conclusão, o empreendimento deverá empregar 175 trabalhadores de forma direta e outros 1,5 mil de forma indireta. A unidade contará ainda com cogeração de energia a partir de biomassa, reaproveitamento de efluentes no processo produtivo e oferta de energia excedente à rede de Passo Fundo.

A implantação da usina conta com o apoio do programa estadual Pró-Etanol, criado em 2021 para estimular a produção do biocombustível a partir de culturas de inverno. A Be8 foi uma das empresas beneficiadas, firmando protocolo de intenções com o governo em 2022. O programa permite, entre outras vantagens, a concessão de crédito presumido de ICMS aos produtores.

A valorização da produção agrícola local também está entre os impactos esperados. Com o uso de trigo, triticale, milho e outros cereais, a nova usina deve ampliar em mais de 250 mil hectares a área de cultivo de inverno para biocombustíveis, sem afetar a oferta de alimentos. A expectativa é que a unidade seja capaz de suprir até 23% da demanda de etanol do Rio Grande do Sul a partir de 2027.

Além da relevância econômica, o investimento impulsionará também o desenvolvimento educacional da região. A empresa firmou parceria com a Universidade de Passo Fundo (UPF) para criação de um curso técnico em Biocombustíveis, voltado à formação de mão de obra especializada para o setor.

Com sede em Passo Fundo, a Be8 é a maior produtora de biodiesel do país e atua em seis estados brasileiros, além de operações no Paraguai e na Suíça. Em 2024, a empresa registrou receita líquida de R$ 7,3 bilhões e EBITDA de R$ 599,3 milhões, um recorde histórico. Neste mês, a companhia se tornou a primeira da América do Sul a obter certificação da California Air Resources Board (Carb) para exportar biodiesel à base de gordura animal para o exigente mercado da Califórnia (EUA).

Em outra frente de inovação, a Be8 lançou o Be8 Bevant, novo biocombustível que pode substituir integralmente o óleo diesel em motores convencionais, com previsão de início da produção ainda em 2025. O projeto representa um investimento de R$ 80 milhões e capacidade para até 150 milhões de litros por ano.

A empresa também avança em parcerias estratégicas com instituições de pesquisa. Em conjunto com a Embrapa Trigo, desenvolve novas cultivares de triticale voltadas à produção de etanol, com foco em maior produtividade e resistência a estresses climáticos. No campo financeiro, realizou em 2024 sua primeira emissão de Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), levantando R$ 200 milhões para aquisição de matérias-primas.

Discursos

Presente ao evento, o governador Eduardo Leite discursou: “Estamos falando de um investimento histórico, que combina inovação, sustentabilidade e desenvolvimento regional. A Be8 está construindo não apenas a maior usina de etanol do Estado, mas também um novo capítulo para o futuro energético do Rio Grande do Sul”.

O secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, enalteceu a sintonia do projeto com os eixos estratégicos da gestão: “A operação da empresa caminha alinhada ao que está previsto no Plano de Desenvolvimento Econômico, Inclusivo e Sustentável do Estado, com incremento da produção, geração de emprego e desenvolvimento de capital humano e sustentabilidade ambiental. O Rio Grande do Sul está se consolidando como um ambiente cada vez mais favorável aos negócios”.

O ato de início das obras contou, ainda, com as presenças do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, do secretário estadual do Trabalho e Desenvolvimento Profissional, Gilmar Sossela, do chefe da Casa Militar e coordenador estadual de Proteção e Defesa Civil, Luciano Boeira, e do prefeito de Passo Fundo, Pedro Almeida, além de deputados estaduais e federais.

(Marcello Campos)

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