Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2025
Os resultados da reestruturação financeira da Casas Bahia tornam provável a conversão de parte da dívida da companhia em ações por parte de Bradesco e Banco do Brasil, que são os dois maiores credores da empresa. Executivos das instituições, que apoiaram o plano de recuperação extrajudicial da varejista, consideram nos bastidores que as mudanças operacionais implementadas pela atual gestão estão dando os resultados esperados, e que a reestruturação do endividamento foi bem-sucedida. Se o cenário continuar positivo como agora, é “provável” que a conversão aconteça, de acordo com executivos dos bancos consultados pela Coluna sob condição de anonimato.
A conversão pode ocorrer em seis janelas trimestrais, sendo a primeira em outubro deste ano. Depois, os bancos terão novas datas para exercer essa opção a cada trimestre até 2027. Eles poderão converter em ações parte do que têm a receber da empresa, por terem aderido à recuperação extrajudicial lançada no ano passado.
Embora os bancos tradicionalmente prefiram não ser acionistas de empresas de outros setores, o movimento não é inédito: ocorreu na recuperação judicial da Americanas. Nas áreas Gol e Azul, credores também devem virar acionistas. A conversão de dívida em ações é uma forma de recuperar o crédito pela venda dos papéis.
Caso os bancos optem por converter a dívida, o preço de subscrição das ações será equivalente a 80% do valor médio ponderado dos papéis ao longo dos 90 dias anteriores à conversão. Se o processo de retomada continuar correndo como o previsto e a ação subir ao longo dos períodos, os bancos “aumentariam” a recuperação de crédito. As ações da Casas Bahia acumulam alta de mais de 100% só este ano, em meio a um desmonte de posições que apostavam contra a recuperação da varejista.
O empresário Michael Klein, filho do fundador da companhia Samuel Klein, sinalizou este mês apoio ao atual time que comanda a Casas Bahia. Em março, ele se lançou candidato à presidência do conselho de administração da varejista, com a ideia de acelerar o crescimento da empresa. Mas este mês, ele desistiu da candidatura e divulgou uma carta em que afirma que essa atitude representa um “voto de confiança” na atual administração. (Com informações do Estado de S. Paulo)