Segunda-feira, 21 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de abril de 2025
O ator e dublador Nizo Neto fez revelações sobre seu pai, Chico Anysio, em entrevista ao Canal da Lisa Gomes, no YouTube. Segundo Neto, nos seus anos finais, Chico Anysio convivia com um quadro de depressão e era frustrado por ter sido artista, além de ter sido viciado em remédios.
“Ele acordava às vezes deprimido, era uma coisa funcional, ele tinha essa depressão funcional. Ele disse que o maior arrependimento dele era ser artista. As pessoas tem essa imagem que os comediantes são engraçados 24 horas por dia e isso é uma coisa que não existe, a grande maioria não é, a grande maioria é gente séria, muitos melancólicos também e que muitos sublimam isso pro humor. Artista é tudo maluco, é uma forma que a gente tem de conseguir seguir, então você joga na arte aquele furacão de coisas que tem na tua cabeça”, afirmou Nizo Neto.
Anysio morreu em março de 2012, aos 80 anos, por falência múltipla dos órgãos, após enfrentar problemas relacionados à insuficiência respiratória. Ainda em seu relato, Nizo Neto falou sobre a suposta hipocondria do pai em seus últimos anos de vida.
“Meu pai sempre foi meio hipocondríaco, não assumido, ele ficava pau da vida se chamasse ele de hipocondríaco – ‘Você é um cara que paga mensalmente um farmacêutico pra ir uma vez por semana te aplicar injeção, sei lá do que é que é, isso não é hipocondria? Claro que é’ – Ele não tomava comprimido e quando tomava parecia que estava ingerindo um tijolo, um cara que prefere tomar injeção, eu nunca vi uma coisa dessas. Ele era assim, adorava cirurgia, gostava de hospital, ele tinha essa coisa, no fundo ele gostava”, disse.
Tudo igual
Em entrevista ao outro filho, Bruno Mazzeo, publicada em 2012, Chico Anysio falou sobre suas escolhas profissionais e sobre um outro arrependimento: o cigarro. Quando questionado se mudaria algo que fez na vida, foi taxativo: “Não mudaria nada, faria tudo igual. Apenas não fumaria”.
“O que te motivou a continuar viajando tanto e se apresentando Brasil afora até pouquíssimo tempo atrás?”, perguntou Bruno ao pai. O humorista respondeu: “O teatro completa o trabalho. A televisão é um trabalho lindo, maravilhoso, mas não dá a resposta imediata que um show me dá. Aliás, a grande diferença da televisão para o teatro é que no teatro você pode ser o mesmo, que a plateia muda. Na televisão, você tem que mudar, porque a plateia é a mesma. Tem coisas que só o teatro dá para um artista. Um terceiro sinal cura tudo.”