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Economia Investimentos árabes aceleram no Brasil e já superam os 14 bilhões de dólares

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Negociações e anúncios de investimentos, antes esporádicos, passaram a ser bem mais frequentes em anos recentes. (Foto: Freepik)

Os investimentos de países árabes do Golfo no Brasil têm ganhado cada vez mais força. Levantamento do Sovereign Wealth Fund Institute (SWFI), organização que mapeia os investimentos globais de fundos soberanos, mostra que o estoque de investimentos dos fundos do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC, na sigla em inglês) no País supera US$ 14 bilhões (R$ 81,2 bilhões).

O GCC é formado por Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã, países que têm investido bilhões de dólares ao redor do mundo, especialmente por meio de seus fundos soberanos, irrigados pelos lucros da indústria petrolífera. Essas instituições são a ponta de lança de ambiciosos planos de desenvolvimento, como o Visão 2023, da Arábia Saudita, que mira a abertura e a diversificação da economia do país.

A pesquisa do SWFI traz dados desde os anos 2000, mas os negócios no Brasil se intensificaram mesmo nos últimos 15 anos, desde que a Qatar Holding comprou, por US$ 2,7 bilhões (R$ 15,6 bilhões), uma participação no Santander Brasil, em 2010. Dois anos depois, a Mubadala, fundo de Abu Dhabi, chegou ao País com aporte de US$ 2 bilhões nos negócios do empresário Eike Batista. Mais recentemente, porém, a Arábia Saudita entrou com mais força no jogo.

“A relevância dos investimentos árabes vem crescendo”, reconhece a diretora de Negócios da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), Ana Paula Repezza.

Negociações e anúncios de investimentos, antes esporádicos, passaram a ser frequentes em anos recentes, com um pico de mais de US$ 3 bilhões (R$ 17,4 bilhões) em 2023, quando Manara Minerals anunciou a compra de 10% da divisão de metais básicos da Vale, por US$ 2,5 bilhões (R$ 14,5 bilhões). A Manara é uma joint venture entre a mineradora saudita Ma’aden e o Public Investment Fund (PIF), o fundo soberano da Arábia Saudita.

No mesmo ano, a Salic, braço do PIF para o setor de alimentos, comprou fatia da BRF por US$ 340 milhões, hoje em 11,03%. A Salic tem também participação de 30,55% no frigorífico Minerva – é a maior acionista individual da empresa. Ainda em 2023, a Mubadala investiu e ampliou participação em empresas como a Atvos, de biocombustíveis, Zamp, que controla as redes Starbucks, Burger King, Subway e Popeye’s, e ATG, que está por trás do projeto de uma nova bolsa de valores no Rio de Janeiro.

O fortalecimento das relações diplomáticas entre e o Brasil e esses países também dá impulso aos negócios. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e vários de seus ministros viajaram à região com delegações empresariais no final de 2023. A Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP-28) em Dubai, o G-20 no Brasil, com participação de Arábia Saudita e Emirados, e a adesão dos dois países ao grupo Brics também são catalisadores.

As empresas brasileiras também estão criando cada vez mais raízes em países do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) – bloco formado por Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Omã, Catar, Kuwait e Bahrein. Dois passos recentes foram dados pela Ambipar, especializada em emergências ambientais, que abriu escritórios em Abu Dhabi e Dubai, nos Emirados, e planeja criar um centro de treinamento no país; e pela JBS, que acaba de inaugurar sua segunda fábrica na Arábia Saudita.

O movimento é reflexo da intensificação do comércio e das relações diplomáticas do Brasil com a região. As exportações do País ao bloco somaram US$ 10,7 bilhões em 2024, um aumento de 14,7% ante 2023, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Hoje, diversas empresas brasileiras estão presentes na região, com instalações que vão de escritórios a fábricas, passando por lojas, franquias e centros de distribuição. São marcas como Vale, BRF, Embraer, Weg, Tramontina, Ornare, Breton, Farm, Havaianas e outras. Só em Dubai, há pelo menos 30 empresas brasileiras ativas.

Fatores como mercado consumidor de alta renda, acesso a outros mercados da região e de fora dela, facilidade para fazer negócios, baixa tributação e ampla disponibilidade de recursos financeiros estimulam a aproximação. “Este é o momento de estar aqui e expandir os serviços na região do Golfo”, diz o vice-presidente de Sustentabilidade da Ambipar, Rafael Tello. Depois de Dubai e Abu Dhabi, a companhia planeja entrar no emirado de Sharjah. “Eles têm um histórico forte de preocupações ambientais. Estamos conversando.”

Já a JBS inaugurou no final do ano passado uma nova fábrica em Jeddah, na Arábia Saudita. “A instalação representa um investimento de US$ 50 milhões e tem como objetivo quadruplicar nossa capacidade de produção de produtos de frango de valor agregado no país”, disse a empresa em nota. A JBS tem também uma unidade industrial na cidade saudita de Dammam.

A companhia segue os passos da concorrente BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, que está presente na região desde a década de 1970 e há pelos menos 15 anos começou a adquirir empresas de distribuição e a estabelecer fábricas por lá. “O Oriente Médio é estratégico para a JBS, e estamos comprometidos em fortalecer nossa presença e contribuir para a segurança alimentar”, diz a JBS. (Com informações do Estado de S. Paulo)

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