Quarta-feira, 23 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2025
Nova regra passa a valer já na próxima edição e visa tornar a votação mais justa entre os indicados.
Foto: DivulgaçãoA Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciou mudanças significativas nas regras de votação do Oscar. A partir da próxima edição da premiação, os membros votantes deverão comprovar que assistiram a todos os filmes indicados em cada categoria para que seus votos sejam validados na rodada final.
Até então, não era obrigatório que os votantes de todas as áreas da Academia tivessem assistido a todos os títulos antes de registrar seus votos. Exigências mais rígidas eram aplicadas apenas a categorias específicas, como Documentário e Curtas. Com a nova medida, a exigência passa a valer de forma ampla, impactando diretamente todas as categorias competitivas da premiação.
A Academia ainda não detalhou como será feita a verificação de que os membros assistiram efetivamente aos filmes. No entanto, a decisão surge em resposta a críticas frequentes e denúncias de falta de rigor no processo, como ocorreu na edição de 2025, quando alguns votantes admitiram publicamente não ter assistido a parte das produções indicadas.
Entre as outras atualizações divulgadas, destaca-se a criação da categoria inédita de Melhor Direção de Elenco, que será introduzida no Oscar de 2026. Para essa nova premiação, haverá uma fase preliminar com dez filmes selecionados. Em seguida, os membros do ramo de Diretores de Elenco participarão de uma apresentação especial com exibição de trechos das obras e sessão de perguntas com os indicados.
A Academia também se posicionou sobre o uso de inteligência artificial generativa nas produções cinematográficas. Segundo o novo regulamento, o uso dessa tecnologia não terá impacto positivo ou negativo automático nas chances de indicação. Caberá a cada ramo avaliar o grau de autoria humana envolvido na criação do filme — fator que será considerado na seleção dos indicados.
Outra novidade que já havia sido anunciada anteriormente é a criação da categoria de Melhor Direção de Dublês, prevista para estrear na cerimônia de 2028, quando o Oscar celebrará sua centésima edição. A iniciativa busca valorizar o trabalho técnico e artístico dos profissionais responsáveis por coordenar e executar cenas de ação, que historicamente têm pouca visibilidade nas grandes premiações.
As mudanças refletem um esforço da Academia para reforçar a credibilidade da premiação diante do público e da indústria. Em tempos de transformação no consumo de conteúdo e avanço das tecnologias digitais, o Oscar tenta se reposicionar como um selo de excelência que exige, mais do que nunca, o compromisso dos seus votantes com a integridade do processo.