Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de abril de 2025
Com falta de doses de vacina contra a dengue, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Porto Alegre anunciou nessa quarta-feira (23) a suspensão do procedimento nos postos da rede. A paralisação deve continuar até que seja recebida nova remessa do Ministério da Saúde, responsável pela compra e distribuição do fármaco para os governos estaduais e municipais. Ainda não há previsão.
A imunização tem sido oferecida dos 10 aos 15 anos incompletos, conforme orientação da pasta federal. Desde o início da ofensiva contra a doença, mais de 20 mil das quase 73 mil crianças e adolescentes dessa faixa etária na capital gaúcha receberam a primeira dose, o que corresponde a 27,5%. Já a segunda e última aplicação do ciclo contemplou quase 6,7 mil, ou 9%.
O imunizante utilizado é o Qdenga, produzido pelo laboratório japonês Takeda Pharma e que protege contra quatro diferentes sorotipos da doença. Dentre seus protocolos está o intervalo de três meses entre cada dose. Idosos (60 anos ou mais) ainda não podem receber o fármaco, pois os estudos científicos ainda estão em andamento no que se refere a esse grupo populacional.
Com a vacinação suspensa, as medidas de prevenção tornam-se ainda mais importantes. A população deve colaborar eliminando focos de água parada em recipientes como pneus, vasos de plantas, garrafas, calhas e caixas d’água. Também é recomendado o uso de repelentes, a instalação de telas em portas e janelas e atenção redobrada em locais com maior incidência da doença.
A secretaria orienta que, diante de sintomas como febre alta, dor no corpo, dor atrás dos olhos e manchas na pele, a população procure imediatamente uma unidade de saúde para avaliação médica. Se não tratada a tempo, a dengue pode evoluir para quadros graves, com risco de morte sobretudo em crianças, idosos e indivíduos com outras doenças pré-existentes.
Reforço
Enquanto novas doses não chegam, equipes da SMS permanecem mobilizadas em ações de controle do mosquito Aedes aegypti, cuja picada da fêmea transmite dengue, zika e chikungunya. A ofensiva contará, a partir dos próximos dias, com o apoio do Exército, reprisando assim uma parceria estabelecida no ano passado.
O trabalho será realizado de forma integrada às estratégias já desenvolvidas em Porto Alegre, como mutirões de limpeza, visitas domiciliares e ações educativas em escolas. Os militares já são treinados nesta semana e devem reforçar as equipes nos próximos dias. No foco da iniciativa estão duas frentes principais:
– Atividades de conscientização da população, com equipes nas ruas.
– Apoio logístico na aplicação de inseticida nos bairros com maior número de casos.
“A parceria com o Exército é fundamental em momentos de maior incidência da doença. A união de esforços é essencial para que possamos ampliar as ações preventivas e proteger a população”, destacou o titular da SMS, Fernando Ritter.
O avanço dos casos de dengue motivou o poder público municipal a decretar situação de emergência, vigente desde o dia 17 de abril. Porto Alegre acumula neste ano mais de 4,6 mil testes positivos, com duas mortes. A Zona Norte é a região com a maior incidência de casos da doença.
(Marcello Campos)