Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2025
A segunda baixa no alto escalão do governo em duas semanas por suspeita de mau uso de dinheiro público levou auxiliares do presidente Lula a temer que a oposição emplaque uma CPI e cole no Planalto a “marca da corrupção”. O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi demitido na última quarta-feira (23) por suposta participação em uma fraude de R$ 6,3 bilhões por descontos indevidos em benefícios de aposentados. Horas antes, a Justiça já havia determinado seu afastamento do cargo e a Polícia Federal (PF) visitara seu apartamento funcional, onde apreendeu seu celular. A operação envolveu 700 policiais em 14 unidades da Federação. Stefanutto tentou ficar no comando da instituição, mas, após ordem de Lula para sair, se demitiu e disse a aliados que vai se defender.
O deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) começou ainda na quarta a coletar assinaturas para a abertura da CPI do INSS na Câmara. São necessários 171 apoios para protocolar. O documento contava com 69 assinaturas até a manhã dessa quinta-feira (24).
Chrisóstomo defende a investigação de todos os envolvidos, incluindo os sindicatos citados. “Essa é uma pauta sensível e que não tem bandeira partidária. Esperamos que as investigações avancem com rigor e que o Governo se posicione com firmeza”, disse à CNN Brasil.
“Não podemos aceitar silêncio diante de um crime dessa magnitude. É papel do Congresso agir e garantir transparência e justiça. A oposição vai cobrar providências e pressionar pela instalação imediata da CPI. Vamos intensificar o diálogo com os demais parlamentares e também com a sociedade. Só não assina esta CPI o parlamentar que não pensa nos idosos”, acrescentou.
Além do pedido para investigação, a oposição também elabora requerimentos de convocação de figuras centrais da autarquia, como o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. O objetivo é a prestação de esclarecimentos sobre o caso nos colegiados da Câmara.
Segundo uma liderança da base governista no Senado, o Planalto “apaga um fogo e surge outro”. O receio é que a população volte a associar os mandatos petistas à corrupção – o PT já carrega o histórico do mensalão e do petrolão, que incluiu a prisão de Lula.
A ofensiva bolsonarista sobre o escândalo do INSS aproveita um momento delicado para o governo: megaoperação da PF, demissão de Juscelino Filho do Ministério das Comunicações após denúncia da Procuradoria-Geral da República, queda livre na popularidade de Lula e avanço no Congresso do projeto de lei da anistia aos condenados pelos atos do 8 de Janeiro. Tudo isso neste mês. (Com informações do Estado de S. Paulo e da CNN Brasil)