Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2025
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro agradeceu ao ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), por sugerir pena de 1 ano e 6 meses para condenação da cabeleireira Débora Rodrigues. Fux foi contrário a maioria da 1ª Turma do STF, que seguiu o voto do relator Alexandre de Moraes e decidiu pela condenação de 14 anos de prisão por pichar a estátua “A Justiça”, em Brasília, nos atos extremistas do 8 de Janeiro.
“Não era o que desejávamos, mas a postura do Ministro Fux –único juiz de carreira– foi mais sensata do que a de todos os outros, incluindo a de uma Ministra. Uma fagulha de bom senso! Parabéns, Ministro Fux por sua decisão, contrariando os demais. Que Deus toque os corações deles também”, escreveu a ex-primeira-dama no Instagram.
Durante a votação na última sexta-feira (25), os ministros Flávio Dino e Cármen Lúcia se alinharam a Moraes. A condenação gerou divergências dentro da própria Turma. A estátua, situada em frente à sede do STF, foi vandalizada com a frase “perdeu, mané”, uma referência a uma declaração do presidente do Supremo, Luis Roberto Barroso, feita em 2022.
Em 6 de abril, Michelle Bolsonaro pediu a ajuda de Fux durante ato pela anistia dos condenados. “Luiz Fux, eu sei que o senhor é um juiz de carreira e o senhor não vai jogar o seu nome na lama”, afirmou na ocasião.
Condenação
A Primeira Turma do Supremo condenou a 14 anos de prisão a cabelereira Débora Rodrigues dos Santos, acusada de participar dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 e de pichar a frase “Perdeu, mané” na estátua A Justiça, localizada em frente ao edifício-sede da Corte.
A condenação por cinco crimes foi obtida pelos votos dos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Cristiano Zanin votou pela condenação a 11 anos, e Luiz Fux aplicou pena de um ano e seis meses de prisão.
Com o fim do julgamento, a cabelereira está condenada pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração do patrimônio tombado.
Após a publicação da decisão, a defesa de Débora poderá recorrer da decisão. Ela está em prisão domiciliar.
Defesa
No início do julgamento, os advogados afirmaram que receberam o voto do ministro Alexandre com “profunda consternação”.
Segundo a defesa, o voto pela condenação a 14 anos de prisão é um “marco vergonhoso na história do Judiciário brasileiro”. (Com informações do site Poder360 e da Agência Brasil)