Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2025
O ex-presidente continua realizando a fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa.
Foto: ReproduçãoCom o tratamento evoluindo, o ex-presidente Jair Bolsonaro pode ter alta dentro de uma semana, se tudo seguir como esperado pela equipe médica. Seu intestino também tem respondido melhor: Bolsonaro conseguiu enfim evacuar.
Ele segue internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), agora com introdução de água, chá e gelatina por via oral, segundo os médicos.
A mudança na dieta é uma transição da alimentação exclusiva via parenteral (intravenosa) que Bolsonaro precisou seguir até então.
Seu quadro é estável mas ainda não há previsão de alta da UTI. O ex-presidente continua realizando a fisioterapia motora e recebendo as medidas de prevenção de trombose venosa. As visitas seguem restritas.
No boletim divulgado nesta segunda-feira (28), a equipe médica também informou que, apesar da gastroparesia (retardo do esvaziamento do estômago), há sinais de movimentos intestinais espontâneos.
No domingo (27), ele já havia apresentado uma melhora no fígado e os indicativos da movimentação intestinal. Bolsonaro chegou a ser intimado na UTI por uma oficial de justiça do Supremo Tribunal Federal (STF) pela abertura do processo penal contra a trama golpista de 2022.
De acordo com os médicos, a persistência da gastroparesia e a ausência de funcionamento normal do sistema digestivo impedem Bolsonaro de ter previsão de alta. Ele segue se alimentando por sonda e só deve sair da UTI quando essas condições forem superadas.
O médico-chefe da equipe cirúrgica que operou o ex-presidente, Cláudio Birolini, afirmou, em coletiva um dia após a cirurgia, que a parede abdominal do ex-chefe do Executivo estava “bastante danificada”. Ele também adiantou que não havia expectativa de recuperação rápida.
O cardiologista Leandro Echenique, que compõe o staff médico de Bolsonaro, também informou na ocasião que a cirurgia, que durou 12 horas, foi muito delicada e a mais complexa das operações já feitas por ele, todas em decorrência da facada que sofreu em 2018.
Ele precisou ser submetido à reconstrução de parede abdominal e ao procedimento de laparotomia exploratória — quando o abdômen é completamente aberto para tratar condições que não foram previamente identificadas por meio de exames de imagem.
Devido à complexidade e a duração prolongada da cirurgia, o paciente tende a desenvolver inflamações significativas, segundo Echenique.
O especialista detalhou algumas intercorrências que podem ocorrer no pós-operatório, como aumento do risco de infecções, a necessidade de medicamentos para controle de pressão arterial e possíveis complicações pulmonares.
O médico explicou que, em cirurgias prolongadas como esta, os vasos sanguíneos tendem a dilatar devido à inflamação, exigindo medidas específicas de controle. Além disso, há preocupação com a função pulmonar, pois partes dos pulmões podem ser afetadas durante o procedimento.
De acordo com Rodrigo Perez, head do Núcleo de Coloproctologia e Intestinos do Centro Especializado em Aparelho Digestivo do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, quadros semelhantes ao de Bolsonaro podem ter relação com processos comuns nesta fase.
Bolsonaro está internado desde 11 de abril. Ele foi submetido a cirurgia abdominal no último dia 13 — a sexta intervenção cirúrgica desde a facada que levou em 2018. As informações são do jornal O Globo e do portal de notícias CNN Brasil.