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Por Redação O Sul | 28 de maio de 2015
As investigações do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre a corrupção no futebol indicam que o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin, dividiu propinas recebidas pela exploração comercial da Copa do Brasil com o também ex-presidente Ricardo Teixeira e com o atual comandante da entidade, Marco Polo Del Nero.
Em reunião no ano passado com o presidente da Traffic, J. Hawilla, Marin, então presidente da CBF, sugeriu que a propina que vinha sendo compartilhada com o seu antecessor, Ricardo Teixeira, deveria ser paga apenas a ele e a Del Nero, segundo as apurações norte-americanas. A conversa teria ocorrido em abril do ano passado, durante viagem de Marin a Miami (EUA). O assunto era o pagamento de propinas para ele e para o “coconspirador 12” (menção a um integrante do esquema), referente à Copa do Brasil, cujos direitos comerciais eram cedidos à Traffic. Esse esquema existiria desde 1990.
“Em determinado momento, quando o coconspirador 2 [Hawilla] perguntou se era realmente necessário continuar pagando propinas para seu antecessor na presidência da CBF, Marin disse: ‘Está na hora de vir na nossa direção. Verdade ou não?'”. O coconspirador 2 concordou dizendo: “Claro, claro, claro. Esse dinheiro tinha de ser dado a você [ou vocês]’. Marin concordou: “É isso”.
Antes dessa reunião, porém, a investigação dos EUA aponta que Hawilla concordou em dividir a propina entre Marin e os coconspiradores 11 e 12. Segundo a Justiça norte-americana, neste processo, tanto o coconspirador 11 quanto o 12 são descritos como altos executivos da CBF, da Conmebol e da Fifa. Só Teixeira e Del Nero se encaixam no perfil. O termo “coconspirador” é usado nos textos do Departamento de Estado para pessoas não acusadas formalmente ou para preservar a origem de informações.