Domingo, 27 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de março de 2016
O depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva à PF (Polícia Federal) na 24ª fase da Operação Lava-Jato foi disponibilizado nesta segunda-feira (14) no sistema da Justiça Federal. A Lava-Jato investiga a relação do petista e familiares com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção da Petrobras. Leia aqui o depoimento na íntegra.
O MPF (Ministério Público Federal) e a PF dizem ter encontrado indícios de que Lula recebeu vantagens indevidas, como um apartamento e reformas em imóveis, além de doações e pagamentos por palestras via Instituto Lula e a empresa LILS Palestras, que pertence ao ex-presidente.
As doações envolvendo o Instituto Lula foram abordadas logo no início do depoimento. De acordo com o ex-presidente, as doações ocorreram sem contrapartida. “Eu não autorizo porque eu, no instituto hoje, eu sou só presidente de honra e você sabe que se um dia você for presidente de honra da Polícia Federal aqui você não representa mais nada, ou seja, então o presidente de honra é um cargo de honra só, eu não participo das reuniões da diretoria, eu não participo das decisões, porque o instituto tem uma diretoria própria”, afirmou.
O delegado responsável por colher o depoimento citou algumas empresas que tiveram relação com o Instituto Lula ou com a LILS. O ex-presidente afirmou não conhecê-las. O delegado mencionou a empresa G4 Entretenimento e Tecnologia, que pertence ao filho do ex-presidente. Segundo as investigações, o Instituto Lula repassou R$ 1 milhão para a companhia.
De acordo com o ex-presidente, a empresa prestou um serviço e recebeu por ele corretamente. O contrato, segundo Lula, foi devidamente declarado à Receita Federal. Lula disse que o trabalho realizado pela empresa deve ter sido para a criação de programas digitais para difundir o que aconteceu no Brasil. Ao final do depoimento, o ex-presidente declarou que espera que alguém lhe peça desculpas. (AG)