Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 20 de março de 2016
Principal esperança do governo contra o impeachment no Congresso, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já disse a interlocutores que não tem condições de barrar o afastamento da presidenta Dilma Rousseff do cargo caso a Câmara dos Deputados tome essa decisão.
Segundo Renan avaliou com pessoas próximas a ele, se isso acontecer, haverá uma “onda” que certamente resultará na cassação da presidenta”. Para Renan, caberá ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitar o impeachment na Câmara dos Deputados. Se o governo não tiver os 171 votos dos deputados para evitar o impeachment, restará ao Senado referendar a decisão. Pelo rito determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), cabe ao Senado a palavra final sobre o afastamento da presidenta.
Lula fez questão de se certificar de que teria o apoio de Renan para assumir o comando da Casa Civil. O ministro Gilmar Mendes, do STF, suspendeu provisoriamente a posse do ex-presidente e determinou que as investigações que envolvem o petista na Operação Lava-Jato retornem para a primeira instância, conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro.
Renan tem dito a seus aliados mais próximos que “mais do que nunca” terá de adotar uma postura “institucional” diante das revelações da Operação Lava-Jato. O presidente do Senado é também acusado de ser beneficiado pelo esquema de corrupção na Petrobrás. Recentemente, ele foi mencionado na delação premiada do senador Delcídio Amaral (ex-PT-MS). O nome de Renan já havia aparecido em depoimentos do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró e do lobista Fernando Baiano.
Senadores do PMDB próximos a Renan, como Eunício Oliveira (CE) e Romero Jucá (RR), também já deixaram claro seu afastamento do governo Dilma. Renan também não pretende se envolver no processo de expulsão do deputado Mauro Lopes (MG) do PMDB. Ele tomou posse como ministro da Secretaria de Aviação Civil, contrariando decisão da convenção nacional do partido. (AE)