Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 25 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Com atraso, o núcleo do governo começou ontem a correr para evitar a saída do maior partido da base aliada. Reuniu os sete ministros do PMDB no Palácio do Planalto e pôs a máquina de cálculo a funcionar. Jornalistas em conversas com os participantes perceberam o clima de desânimo. Sabem que não obterão apoio de mais do que 25 por cento dos 156 delegados com direito a voto na reunião decisiva do partido na terça-feira.
MANOBRAS
Existe ainda um esforço para adiar o encontro, hipótese que Michel Temer não admite. A reconstrução da ponte dos governistas com o vice-presidente tornou-se impossível. O grau de ressentimento extrapolou.
A forte tendência é de que cinco ministros vão apresentar o bilhete de desembarque do governo. Marcelo Castro, da Saúde, e Kátia Abreu, da Agricultura, lideram o bloco Daqui Não Saio, Daqui Ninguém Me Tira. Deverão deixar o PMDB.
Não faltarão ofertas para Kátia, pecuarista que começou a carreira política há 18 anos no PFL, passando por DEM e PSD.
TROCA INDEVIDA
Antonio Di Pietro, ex-investigador de Polícia e perito em Informática, foi o juiz mais famoso da Operação Mãos Limpas na Itália e este ano deverá concorrer à Prefeitura de Milão. Já foi ministro por duas vezes, senador entre 1997 e 2001 e deputado de 2006 e 2013. Não se destacou muito. A maioria dos eleitores chega à conclusão de que deveria ter permanecido na magistratura.
DIFERENÇA
Para sustentá-lo no processo do impeachment, Fernando Collor tinha apenas o incipiente Partido da Reconstrução Nacional, criado em 1989, sucessor do desconhecido Partido da Juventude. Hoje, o PT está mais mobilizado do que nunca.
NÃO COMEÇOU AGORA
Na próxima semana, será votado em Brasília o projeto que renegocia as dívidas com a União. Cabe lembrar: a 25 de março de 1966, a Secretaria da Fazenda do Estado informou que a arrecadação de impostos no ano anterior foi de 244 bilhões de cruzeiros e as despesas de 306 bilhões, com déficit de 62 bilhões.
CONTA SEM FIM
Para quem tem surtos de euforia e precisa combater com alguma dose de depressão, a recomendação é ir a eventos no Palácio Piratini, quando ocorre a apresentação do quadro financeiro. Um dado sempre repetido: em 1998, o Rio Grande do Sul devia 9 bilhões de reais à União. Ao longo de 18 anos, pagou 24 bilhões. Deve ainda 51 bilhões.
A conhecida expressão acredite se quiser muda para acredite se puder.
DIAGNÓSTICO TARDIO
A inflação é uma séria doença do organismo econômico, capaz de boicotar as chances de progresso material e desenvolvimento social.
RÁPIDAS
* Não faltam tentativas de jogar gasolina na fogueira de vaidades do secretariado estadual.
* Para alguns parlamentares, o final de semana será de plantão em Brasília. Outros consideram de emergência.
* A surpresa de ontem: o PMDB do Rio de Janeiro, tido como forte apoiador do governo federal, decidiu deixar o barco.
* Justiça social, expressão usada em anos de campanhas eleitorais, precisa descer do palanque e se transformar em educação e saúde.
* Veículos abandonados nas ruas de Porto Alegre dão carona ao mosquito da dengue.
* Deu no jornal: “Grupo Odebrecht multiplicou por seis o faturamento nos governos do PT.” É o que mais intriga os investigadores.
* Não há partido que não tenha criado a sua Torre de Babel. Quanto maior a escada, maior o tombo.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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