Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2016
Um grupo de cientistas e de bilionários se uniu em um projeto que parece coisa de ficção. O objetivo deles é criar naves especiais minúsculas para uma missão interestelar.
O sonho ainda é aquele, ambicioso: encontrar um planeta como o nosso. Mas a missão agora é quase explorar o universo com aviõezinhos de papel. Em vez de espaçonaves gigantescas, chips que cabem entre os dedos.
O projeto foi anunciado em Nova York, nos Estados Unidos, pelo bilionário russo Yuri Milner, por Mark Zuckerberg, criador do Facebook, e pelo físico britânico Stephen Hawking. Os chips vão ser colocados em órbita presos a velas – como veleiros espaciais.
A ideia faz parte do projeto Breakthrough Starshot, que desenvolverá sondas minúsculas e as enviará para o espaço usando raios de luz, impulsionando-as a 20% da velocidade da luz.
Equipamentos na Terra vão lançar os raios em direção às velas. É o empurrão para elas planarem pelo universo. Os chips devem levar perto de 20 anos para chegar até Alfa Centauri, o sistema estelar mais próximo do nosso. Eles são equipados para fazer imagens dos planetas de lá e mandar para a Terra. Até que o projeto todo esteja pronto e a gente receba as primeiras fotos, deve levar mais de 40 anos.
Com o sistema que usa para se comunicar, Hawking disse: “O limite que nos desafia é o grande espaço entre a gente e as estrelas. Agora, podemos ultrapassá-lo”.
Destino: Alpha Centauri.
O sistema de Alpha Centauri fica a 4,367 anos-luz de distância da Terra. Uma missão normal levaria cerca de 30 mil anos para chegar lá – mas a Breakthrough Starshort quer chegar em apenas duas décadas. “Se for bem-sucedida, a missão pode enviar para Terra imagens de planetas descobertos no sistema”, afirmou Hawking em sua página do Facebook.
Essas fotos são importantes porque muitos cientistas acreditam na possibilidade de o sistema de Alpha Centauri ter um planeta semelhante à Terra e que nele existem zonas habitáveis.
O primeiro passo do projeto consiste em desenvolver a estrutura necessária tanto para as sondas quanto para o lançamento delas. As sondas em miniatura contarão com versões (bem) diminuídas de câmeras, carregadores e equipamentos de navegação; enquanto isso, a base de lançamento precisa de um propulsor de raio de luz potente o suficiente para lançá-las.
“Certa vez, Albert Einstein imaginou como seria pegar carona em um raio de luz, e esse pensamento me levou a experimentar com a teoria especial da relatividade. Pouco mais de um século depois, nós temos a chance de alcançar uma fração significativa dessa velocidade”, comemorou Hawking. “É empolgante estar envolvido com um projeto tão ambicioso, ultrapassando barreiras da engenhosidade e da engenharia”, frisou o cientista.