Sábado, 08 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2016
Uma fisioterapeuta de 36 anos deu à luz quíntuplos no Hospital da Criança, em Goiânia. Chirlei Rosa Medrade ficou grávida após uma inseminação artificial. Os bebês – um garoto e quatro meninas – foram internados em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva da unidade logo após o nascimento. O menino e uma das irmãs, Helena, não resistiram. O estado da mãe é considerado estável. Chirlei conta que o ela e o marido, o agrônomo Fernando de Assis Rodrigues Silva, 32, tentam a gestação há dois anos e meio.
Gravidez múltipla foi um susto.
Ainda um pouco assustada com o que aconteceu, ela se diz pronta para cuidar dos filhos. “Estou muito feliz, cinco vezes mais. A vontade é de ter eles nos braços, em casa. Sei que não vai ser fácil, mas vai ser muito gratificante”, projeta a mãe, que deu à luz na 28ª semana de gestação. Geovana, Heloísa e Lavínia continuam internadas. O pai relatou que viveu um sentimento misto de alegria e tensão após o parto, realizado no último dia 27 de abril.
Fernando revelou que tinha problemas de baixa fertilidade. O casal, que está junto há cinco anos e mora em Edealina, a 153 quilômetros de Goiânia, resolveu, então, procurar tratamento especializado. Realizou inseminação artificial três vezes, mas só conseguiu a concepção na última. Inicialmente, a ideia era ter dois filhos. Ele se lembra de como recebeu a notícia da gestação múltipla. “Estava viajando a trabalho e ela me ligou avisando que seriam cinco. Na primeira ultrassonografia tinha apontado apenas dois. Ela estava chorando e preocupada, mas eu ajudei a confortá-la”, ponderou.
Na casa da família, tudo já está praticamente pronto para receber os irmãos. Em um dos quartos, foram colocados os berços. No outro, estão montados os armários. O casal vai contar com a ajuda de parentes e amigos para cuidar de todos os filhos. Enquanto eles não recebem alta, algo ainda imprevisível, Fernando alugou um flat em frente ao hospital para que Chirlei possa acompanhar a recuperação dos filhos diariamente.
Estado grave.
Diretora do Hospital da Criança, a pediatra Paula Pires de Souza informou que o quadro dos bebês é grave e inspira cuidados especiais. Ela explica que eles ainda estão instáveis pelo fato de serem prematuros e pelas próprias circunstâncias da gestação, considerada de risco. “Eles têm insuficiência respiratória e doença do pulmão prematuro. Precisam de ventilação mecânica, de acesso e nutrição parenteral. São bebês pequenos, variam de 500 gramas a 900 gramas”, detalhou.
Não há previsão de alta. “Eles tem de amadurecer o pulmão e a parte de funcionamento dos órgãos, como coração, rins e trato digestivo. Vamos cuidar para que não haja intercorrências típicas dessa fase gestacional. Estamos fazendo a triagem, exames de coração e vamos fazer ultrassonografias da cabeça para controlar o risco de hemorragia que podem acontecer. São tratamentos de prevenção”, explicou.
Caso raro 3.
O ginecologista e obstetra Waldemar Naves do Amaral foi o responsável tanto pelo parto como pela inseminação que ocasionou a gravidez. Ele diz que este tipo de caso é considerado bastante raro tanto em gestações “domésticas”, quando aquelas induzidas em laboratório. “Gêmeos já são raros na população, cerca de 1,5% de incidência. A gravidez normal de quíntuplos é de uma para 1 milhão. A gestação assistida tem uma probabilidade maior, mas ainda assim, é rara, porque a ideia é trabalhar com o menor número de embriões possíveis”, avalia. Ao todo, 20 profissionais participaram da cesariana dos quíntuplos, que durou cerca de uma hora. (AG)