Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 21 de maio de 2016
Nos debates que virão pela frente na campanha presidencial americana, Donald Trump pretende jogar as infidelidades de Bill Clinton na cara de Hillary Clinton, questionando se ela facilitou o comportamento do marido e tentou desacreditar as mulheres envolvidas.
Inspirados nas táticas da guerra psicológica usadas pelo republicano para derrotar o “mentiroso Ted Cruz”, o “pequeno Marco” Rubio e o “fracote” Jeb Bush nas primárias, os assessores de Trump planejam ataques ao caráter dos Clintons na tentativa de aumentar a visão negativa dos eleitores nas pesquisas de opinião, levando o casal a cometer erros políticos.
Outro objetivo é conquistar os republicanos céticos, porque nada une mais o partido quanto castigar os Clintons. Atacá-los contribuiria para desviar a atenção dos pontos vulneráveis de Trump, como o tratamento que ele dispensa às mulheres, afirmam alguns aliados do magnata.
Para Hillary, a próxima batalha é uma espécie de paradoxo. Ela acumula décadas de experiência e qualificações, mas talvez não seja o merecimento que a fará alcançar a presidência – e sim a maneira como ela administrará as humilhações que Trump lhe infligirá.
Ela fará história como a primeira mulher a ser indicada por um partido. Por outro lado, será vista também, em parte, pelo prisma das falhas do marido. Alguns aliados políticos e amigos, embora enojados com Trump, consideram que há uma espécie de simetria cósmica: depois de combater durante dezenas de anos o que certa vez ela definiu como “a política da destruição pessoal”, Hillary só chegará à Casa Banca se sobreviver a mais um calvário de acusações sórdidas e escandalosas.
Monica Lewinsky.
Hillary se fortalece frequentemente diante de comportamentos grosseiros, como o caso do marido com Monica Lewinsky.
Trump, no entanto, já afirmou que quer trazer à tona a reação de Hillary aos casos amorosos do marido – pessoas próximas ao casal disseram que ela se envolveu nos esforços para desacreditar as mulheres – e em sua resposta a crises.
“Comportar-se de maneira vulgar com Hillary não funcionará”, disse Trump. “É preciso que as pessoas procurem ir a fundo no seu caráter e fazer com que as mulheres se perguntem se Hillary é realmente sincera e autêntica. Porque ela foi horrível quando tentou destruir as amantes de Bill, e, além disso, está tentando atrair as mulheres de maneira extremamente óbvia quando, na realidade, só está interessada em chegar ao poder.”
Como as pesquisas mostram que o republicano recebeu dos eleitores notas negativas e tem problemas com o eleitorado feminino, alguns estrategistas do partido afirmam que ele não terá escolha senão tentar aumentar as opiniões desfavoráveis sobre Hillary.