Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2016
Em reação a declarações atrapalhadas de novos ministros na primeira semana de sua gestão, o presidente interino Michel Temer ordenou a auxiliares e assessores que evitem dar opiniões pessoais sobre temas ainda não discutidos pelo Planalto e deem entrevistas ou façam pronunciamentos públicos após a definição de medidas, com explicações sobre suas motivações e efeitos.
A intenção é evitar novas gafes como as cometidas pelos ministros Alexandre Moraes (Justiça) e Ricardo Barros (Saúde), em entrevistas, e o risco de interpretações equivocadas de medidas tomadas pela nova gestão, sobretudo o corte ou cancelamento de iniciativas da gestão petista.
A ordem para que os ministros tenham cautela em declarações públicas chegou a ser transmitida na segunda-feira (16) pelo próprio presidente interino ao ministro Moraes. Em ligação, Temer pediu ao auxiliar tucano ponderação e cuidado ao se manifestar daqui para frente, a fim de evitar que opiniões pessoais sejam confundidas com posições governamentais.
Em entrevista, Moraes defendeu que o governo não nomeie obrigatoriamente, para a chefia da Procuradoria-Geral da República, o mais votado em uma lista tríplice de integrantes da carreira. Ele disse ainda que o poder do Ministério Público é grande, mas não pode ser “absoluto”. No mesmo dia, preocupado com a repercussão da declaração, o presidente discordou de Moraes e afirmou que pretende manter a tradição de escolher o mais votado da lista do Ministério Público.
Também em entrevista, Barros defendeu que o tamanho do SUS seja revisto. A declaração foi alvo de críticas públicas e, no mesmo dia, o ministro recuou, ressaltando que o SUS “está estabelecido” e que o tamanho do sistema não será revisto. (Folhapress)