Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 30 de maio de 2016
O laudo da perícia sobre o caso do estupro coletivo a uma menina de 16 anos, ocorrido na Zona Oeste do Rio de Janeiro, não apontou indícios de violência. O resultado ocorreu por causa da demora da vítima em fazer o registro na polícia e o exame de corpo de delito. O laudo será divulgado na tarde desta segunda-feira (30) pela Polícia Civil.
Desde a madrugada desta segunda-feira, a Polícia Civil realiza buscas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra seis acusados de participar do estupro coletivo de uma adolescente de 16 anos, no Morro do Barão, na Praça Seca, no Rio de Janeiro. A ação é coordenada pela delegada Cristiana Onorato, da DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima), pelo diretor do Departamento Geral de Polícia Especializada, Ronaldo de Oliveira.
Neste domingo, 29, houve troca de delegados que cuidavam do caso. Cristiana Onorato, da DCAV, substituiu o delegado Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação. Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil, “a medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho”.
A mudança atende ao pedido da advogada da vítima, Eloísa Samy Santiago, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público, com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na última sexta-feira (27).
Em entrevista neste domingo ao Fantástico, da TV Globo, a adolescente declarou que está recebendo ameaças pela internet e que se sentiu desrespeitada na delegacia onde prestou dois depoimentos.
“Quando vim à delegacia, não me senti à vontade em nenhum momento. Acho que é por isso que as mulheres não fazem denúncias”, disse a adolescente. Ao explicar o que aconteceu na delegacia, a jovem afirmou: “Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ser estuprada”.
No mesmo dia, a família decidiu dispensar a advogada Eloísa, que defendia a adolescente no caso. Ela será protegida pelo Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte, da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, em parceria com o governo federal. (AE)