Terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de junho de 2016
Por que determinadas pessoas parecem ser mais novas ou mais velhas que outras mesmo com a mesma idade cronológica? Especialistas afirmam que a genética é determinante em ao menos 60% do processo de envelhecimento. O restante fica a cargo do estilo de vida de cada um.
“A carga genética é muito importante. Existem famílias que aparentam o envelhecimento muito mais cedo que outras. É uma característica genética e pessoal”, afirma o dermatologista Claudio Wulkan. “Há pessoas com menos de 25 anos que já têm bigode chinês, sulcos faciais muito profundos. E tem gente de 40 que ainda não tem.”
Recentemente, uma pesquisa holandesa identificou que uma variante do gene MC1R fazia com que as pessoas aparentassem ser dois anos mais jovens, independente da idade cronológica, sexo e quantidade de rugas. Ele seria encontrado principalmente em pessoas com pele clara e cabelos ruivos.
Outro estudo, dessa vez da Suécia, constatou que genes que herdamos de nossas mães têm papel fundamental na velocidade do envelhecimento de nossos corpos. Eles observaram que quanto mais DNA mitocondrial danificado é herdado da mãe, mais rápido um indivíduo ficará velho.
Essas pesquisas são importantes para tentar retardar os efeitos do tempo, mas precisam ser bem avaliadas, segundo o geneticista Ciro Martinhago. “A pesquisa sobre os ruivos, por exemplo, foi feita na Holanda, que tem uma população muito homogênea. Possivelmente aquela variante pode não ser confirmada na população brasileira, que é bem heterogênea.”
Determinados grupos também possuem alguns fatores genéticos que retardam o envelhecimento aparente. “Isso acontece com orientais e negros. Uma pele mais grossa, por exemplo, tem melhor sustentação, diminuindo os efeitos do Sol”, afirma Wulkan.
Estilo de vida.
Além da genética, o modo como vivemos é o outro fator que altera a forma como envelhecemos. A qualidade da alimentação e do sono, prática de exercícios físicos e vício no cigarro e na bebida são algumas das práticas que podem interferir na nossa aparência ao longo dos anos.
A alimentação pouco equilibrada, por exemplo, pode interferir no cabelo, pele e unhas. Noites mal dormidas deixam mais evidentes as olheiras. “A forma como você dorme também influencia. Já atendi pessoas que têm um lado do rosto afundado porque só dormem apoiadas com esse lado”, conta Wulkan.
O que fazer?
Não podemos fazer nada em relação à carga genética, mas é possível mudar práticas para ter um envelhecimento mais saudável. “O importante é tentarmos nos aproximar ao máximo da ideia do desenvolvimento saudável. A gente tem que ter uma atividade física regular, uma alimentação livre de tantos produtos industrializados”, afirma o clínico geral e geriatra Paulo Camiz. “Ao envelhecer bem, temos perda de funcionalidade, mas ainda conseguimos ter uma reserva para conseguir concluir tarefas.”
Wulkan orienta o uso de filtro solar diariamente, uma vez que a radiação solar é o principal fator de envelhecimento da pele. Pequenas intervenções estéticas, como peeling e laser, também podem começar a serem feitas a partir dos 20 anos da idade para tentar retardar os sinais do tempo.
“A grande certeza da vida é que vamos envelhecer. O que é possível fazer? Chegar na terceira idade da melhor forma possível. Não se iluda com imortalidade”, alerta Martinhago. (Folhapress)