Terça-feira, 21 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de julho de 2016
“Há algo de errado em um sistema criminal que leva tanto tempo para produzir uma condenação definitiva.” O desabafo é do juiz federal Sérgio Moro em despacho de fevereiro sobre a execução de pena de prisão ao ex-funcionário do Banestado (Banco do Estado do Paraná) Aldo de Almeida Júnior, “quase 20 anos desde os crimes” e “quase 12 anos desde a sentença de primeiro grau”. O réu foi o principal condenado do esquema que remeteu ao exterior mais de 2 bilhões de reais, de 1996 a 1997.
No despacho do dia 2 de fevereiro de 2016, o juiz da Lava-Jato recebeu do Supremo Tribunal Federal autorização para mandar executar a prisão de Almeida Junior, após uma novela infindável de “recursos protelatórios”. No documento, em tom de desabafo, ele atacou a estratégia da defesa de recursos judiciais e as prescrições de penas de ex-funcionários do banco, acusados por evasão de divisas e formação de quadrilha e condenados em agosto de 2004 a penas de prisão de quatro a 12 anos.
Após muitos recursos e prescrições, em fevereiro deste ano Moro determinou que “finalmente vencida essa etapa, expeça-se nova guia para execução definitiva da pena contra Aldo de Almeida Júnior”. Mas ele nunca foi preso. Em abril recebeu direito à custódia domiciliar, sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. (AE)