Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de abril de 2015
Representantes da oposição querem que a CPI da Petrobras ouça Léo Pinheiro, executivo e sócio da construtora OAS que está preso e, conforme reportagem da revista Veja desta semana, dá sinais de que pode contar o que sabe sobre as relações da empresa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo a matéria, o executivo está disposto a revelar os detalhes de ao menos três casos que evidenciam a relação de cumplicidade entre o ex-presidente e os responsáveis pela empreiteira: a reforma de um sítio em Atibaia (SP), as obras do prédio onde fica o triplex de Lula no Guarujá (SP) e a obtenção de um emprego para o marido de Rosemary Noronha, que desfrutava da intimidade de Lula. Nesses casos, a OAS prestou favores ao ex-presidente.
Convocação – O requerimento de convocação do executivo já havia sido aprovado, mas a audiência não tem data para ocorrer. Diante disso, parlamentares de oposição reforçam a necessidade de ouvi-lo. “Seguramente, a CPI vai ser um palco importante para, quem sabe, o Léo Pinheiro trazer informações importantes para a sociedade”, disse o líder da oposição na Câmara, Bruno Araújo (PSDB-PE), que condena a “troca de favores” entre Lula e os sócios da empreiteira.
Para o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), o caso torna mais evidente a contradição entre a postura do ex-presidente e suas práticas. “Como alguém que se diz ligado aos trabalhadores quer toda essa mordomia paga por empreiteiras que são contratadas do Poder Público e está fazendo obras desse tipo?”, indagou o parlamentar.
O líder do DEM no Senado, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que Lula vem perdendo a aura de imunidade e ironizou o silêncio do petista desde que a reportagem foi publicada. “O rei está nu. Ele foi despido daquela condição e agora está acuado. Em outros momentos, ele agia de outra forma.” Caiado acredita, entretanto, que Pinheiro pode optar por não fechar um acordo de delação premiada.
O líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB), supõe que uma delação seria produtiva para detalhar esses casos. “Ninguém está imune a investigações. São fatos que têm de ser apurados. E as delações têm se mostrado muito eficazes para elucidar isso tudo”, ressaltou.
Já o líder do DEM na Câmara dos Deputados, Mendonça Filho (PE), afirmou que, independentemente de um acordo de delação premiada, os órgãos de investigação precisam agir. “Isso é uma coisa séria, que merece a devida investigação por parte da CPI e dos órgãos competentes, como a Polícia Federal, o Ministério Público. O Léo Pinheiro deve ter informações muito valiosas que devem ser reveladas.”