Quinta-feira, 06 de março de 2025
Por Redação O Sul | 9 de agosto de 2016
O jornalista Luiz Antônio Novaes, colunista de “O Globo” e blogueiro do jornal, morreu na manhã desta terça-feira (9) no Rio, aos 56 anos, duas semanas após ser internado com uma pancreatite aguda. Ele deixa viúva, a jornalista Mara Bergamaschi, e dois filhos, Barbara e Álvaro.
Mineiro, como era conhecido o jornalista, passou pelas revistas “Veja” e “IstoÉ” e pelo jornal “Folha de S.Paulo” antes de entrar para “O Globo” em 1995, onde foi coordenador de Nacional, editor de política, secretário de redação da sucursal de Brasília, editor de primeira página e chefe da sucursal de São Paulo.
Atualmente, assinava com Mara Bergamaschi o “Blog do Mineiro”, no site de “O Globo”, e a coluna “Conexão São Paulo”, publicada aos sábados no jornal.
Em sua última coluna, de 16 de julho, Mineiro analisou a vitória de Rodrigo Maia à Presidência da Câmara dos Deputados: “Eduardo Cunha fez tanto mal à imagem da Câmara que o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), outro dia mesmo preterido para a liderança do governo Temer, está sendo saudado como estadista ao vencer, com votos determinantes da esquerda, a eleição para a presidência da Casa”, escreveu.
Prêmio Esso
Em 2003, o jornalista venceu, junto com Rodolfo Fernandes e Claudio Prudente, o Prêmio Esso de Jornalismo na categoria Primeira Página, pela capa da edição de 22 de março de “O Globo”. Nela, a manchete “Choque e pavor” era acompanhada por uma foto de explosão em Bagdá formando um enorme cogumelo que ocupava quase todo o lado esquerdo da página.
Na época da reforma gráfica do jornal “O Globo”, Mineiro explicou o segredo de uma boa primeira página: “Uma nova primeira página ela tem que continuar sendo, de certa forma, velha. Ela não pode perder o que ela sempre teve, a notícia relevante, a bela imagem dominante, a ironia, que é um pouco da nossa marca registrada”.
Nos anos 1990, Mineiro escreveu dois livros sobre ex-presidentes do país: “Todos os sócios do presidente”, sobre Fernando Collor, com os jornalistas Tales Faria e Gustavo Krieger; e “Como Fernando Henrique foi eleito presidente”, com com o jornalista Luciano Suassuna. Há cerca de 1 ano, o profissional se dedicava a um livro sobre a história do Partido dos Trabalhadores.
Novaes nasceu em Alfenas (MG), formou-se na Escola de Comunicação e Artes (ECA), da USP, e começou a trabalhar em redação em 1986. Na juventude, participou do Liberdade e Luta, tendência do movimento estudantil brasileiro dos anos 1970.
O corpo do jornalista será velado nesta quarta-feira (10), a partir das 9h, na capela 8 do Memorial do Carmo, no Cemitério do Caju. A cremação será às 16h. (AG)