Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2015
Por André Malinoski
Acho que não ouvi bem o que o técnico Dunga disse na coletiva de imprensa depois da vitória da Seleção Brasileira sobre Honduras, por 1 a 0, nesta quarta-feira (10), no Beira-Rio.
“Não esperávamos as vaias.”
Eu devia estar distraído, provavelmente me secando da chuva como meus colegas fotógrafos. Quem fica no gramado, caso desses meus dois amigos de jornal, passa muitos apuros durante partidas com chuva constante.
Mas não quero mudar de assunto.
Dunga não esperava os apupos. Nem ele ou qualquer jogador do time brasileiro.
O torcedor que pagou ingresso – e o valor era um bocado alto – também não esperava uma apresentação tão insignificante. Foi um jogo muito ruim da equipe verde e amarela. O pior que eu lembro de ter acompanhado em um estádio.
Mas para Dunga isso não parece ter importância.
“Estamos jogando em casa, jogo difícil e uma equipe que marca muito. As pessoas vão muito pela emoção. Num jogo como esse, faltando três dias para a competição, os jogadores, é mais do que natural, tiram o pé do acelerador”, acrescentou o treinador.
Acho que eu não escutei direito outra vez.
Tiram o pé do acelerador? E quem pagou entrada para ver o melhor dessa Seleção? E quem levou chuva na cabeça e precisou pegar ônibus para voltar para casa depois da meia-noite?
Especialmente, e quem gastou dinheiro para ver Neymar ao vivo durante 90 minutos, e só pôde acompanhá-lo por metade desse tempo?
Não conheço uma única pessoa, uminha só, que tenha dito antes da partida que iria ver Fabinho, Jefferson, Elias ou algum outro jogador.
Com todo o respeito aos três usados apenas como ilustração de minha ideia e ao resto da Seleção, os gaúchos queriam mesmo é saber de Neymar.
Deveria haver ressarcimento para o público depois de uma exibição tão frágil.
A vitória não pode esconder o fracasso do Brasil no Beira-Rio.
Acho que eu não ouvi bem o que Dunga comentou. Só pode ter sido isso.