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Por Redação O Sul | 25 de agosto de 2016
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica conhecida pelos sintomas de ouvir e ver coisas que, na verdade, não existem. O transtorno mental dificulta a distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico, nas respostas emocionais normais e comportamento esperado em situações sociais.
Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, a esquizofrenia não é um distúrbio de múltiplas personalidades. É uma doença crônica, que exige tratamento por toda a vida.
De acordo com o psiquiatra Filipe Doutel, “a doença vai restringindo a vida pessoal. O paciente passa a ter uma dificuldade social de se relacionar com as pessoas”. “Na verdade, a esquizofrenia é uma perda de contato com a realidade e, basicamente, quem tem essa doença apresenta alucinações e delírios, que são construções de ideias falsas sobre a realidade”, explica o médico.
Por isso, na opinião de Doutel, nos primeiros estágios é comum que a família não perceba que a pessoa está com algum problema. O médico afirma que, quando se tem problemas de comportamento, que não são visíveis, eles podem demorar a serem notados.
Causas.
As causas exatas da esquizofrenia ainda são desconhecidas, mas especialistas acreditam que uma combinação de fatores genéticos e ambientais possa estar envolvida no desenvolvimento deste distúrbio.
Problemas com certas substâncias químicas do cérebro, incluindo neurotransmissores como a dopamina e o glutamato, também parecem estar envolvidos nas causas da esquizofrenia. Estudos recentes de neuroimagem mostram diferenças na estrutura do cérebro e do sistema nervoso central das pessoas com esquizofrenia em comparação aos de pessoas saudáveis. Embora os pesquisadores não estejam totalmente certos sobre o que significam todos esses fatores, estes são indícios de que a esquizofrenia é, de fato, uma doença cerebral.
Sintomas.
A esquizofrenia envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto comportamentais e emocionais. Os sintomas costumam variar, e entre eles estão inclusos o delírios, que são crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade; alucinações, que envolvem ver ou ouvir coisas que não existem; pensamento desorganizado, que pode ser refletido na fala, também desorganizada e com pouco nexo.
A habilidade motora das pessoas com esquizofrenia tende a ser desorganizada ou anormal. O comportamento não é focado em um objetivo, o que torna difícil executar tarefas. Pode incluir ainda resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos.
Preconceito.
Ainda há muito preconceito contra quem sofrem com a esquizofrenia. Doutel atribui essa questão a falta de conhecimento que a maioria das pessoas tem em relação à doença. “Há um desconhecimento muito grande, porque de 1% a 2% da população sofre de esquizofrenia, diferente da depressão ou da síndrome do pânico, que atinge de 20% a 25%. A raridade da doença faz com que ela seja muito menos compreendida”, afirma.
Tratamento.
Doutel diz que, hoje, há muitos métodos para tratar pessoas com esquizofrenia. “O que é mais aceito e funciona bem são as medicações, que atualmente são muito boas junto com psicoterapia e projetos de reinserção social”, explica. De acordo com o psiquiatra, as técnicas para colocar o paciente na sociedade novamente fazem com que eles tenham uma vida normal, como se tratassem qualquer outra doença que precisa de cuidados especiais.