Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 11 de junho de 2015
Wolney Oliveira aproveitou uma boa história – a de Moreno e Durvinha (como eram conhecidos Antônio Ignácio da Silva e Durvalina Gomes de Sá), que esconderam durante décadas, até dos filhos, o fato de terem pertencido ao bando de Lampião. Idosos, revelam o passado cangaceiro nesse oportuno documentário que descortina, aos poucos, suas jornadas: ele exerceu papel violento e passou a matar sem remorso; ela sentia medo de atirar e foi baleada. Após a morte de Lampião, fugiram a pé percorrendo o país por três meses, do interior de Pernambuco ao de Minas.
Além dos protagonistas impactantes de “Os Últimos Cangaceiros”, o diretor (responsável pelo roteiro) entrevistou os filhos deles, ex-policiais que integraram as forças encarregadas de perseguir os cangaceiros e especialistas. Também inseriu na estrutura do filme curiosos registros do bando de Lampião realizados, em 1936, por Benjamin Abrahão — figura evocada em “Baile perfumado” (1997), de Lírio Ferreira e Paulo Caldas — e cenas de produções representativas do universo do cangaço, como “O Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, “Corisco e Dadá” (1996), de Rosemberg Cariry, e “Baile”. De certo modo, Wolney proporciona um breve passeio pelo cinema brasileiro que se constitui como um atrativo a mais. (Daniel Schenker/AG)
Confira o trailer do filme: