Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2016
A Associação Americana do Coração lançou uma nova recomendação sobre o consumo de açúcar por crianças e adolescentes. Pessoas de 2 a 18 anos devem consumir, no máximo, 25 gramas de açúcar adicionado por dia, o que equivale a seis colheres de chá do produto (que correspondem a 40 gramas de chocolate ao leite ou uma fatia de bolo de fubá, por exemplo). Já crianças com menos de 2 anos não devem consumir nenhum açúcar adicionado, segundo a sociedade médica. Com as novas diretrizes, muitos pais ficaram de cabelos em pé. No entanto, não há motivo para pânico.
Evitar o consumo excessivo do doce por crianças é possível com pouco esforço e uma pitada de criatividade na cozinha. Um bom aliado nesse combate pode ser o uso do purê de frutas no preparo dos alimentos. “Recentemente, preparei doces típicos de festa junina usando fruta batida no lugar de açúcar. O purê da fruta, além de ter uma menor quantidade de açúcar, é rico em fibras, vitaminas e minerais”, explica a nutricionista funcional Noadia Lobão, diretora do Ceban (Centro Brasileiro de Apoio Nutricional).
O açúcar também pode ser substituído por biomassa de banana verde, pelas oleaginosas ou pelo açúcar demerara, que tem alto valor nutritivo. “É importante que o resultado final seja visualmente similar ao alimento preparado com o açúcar comum. Além de se importar com o sabor, a criança visualiza o que vai comer e geralmente é resistente ao que não está acostumada. É importante que a imagem seja tão prazerosa quanto o sabor”, assinala a nutricionista.
Mudança de hábitos é necessária.
Quase um terço das crianças (32,3%) com menos de 2 anos toma refrigerante ou suco artificial, apontou a Pesquisa Nacional em Saúde, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Cada lata da bebida tem o equivalente a três colheres de sopa de açúcar adicionado, acima do limite recomendado pela associação americana. Hábitos como esse podem trazer vários problemas para a vida adulta da criança. “O excesso de açúcar aumenta o risco de obesidade, diabetes e problemas cardíacos. Esses problemas estão surgindo cada vez mais cedo nas crianças”, destaca a pediatra e nutróloga Maria Costa.
De acordo com a especialista, os pais precisam educar seus filhos para a alimentação. “Da mesma forma que se educa uma criança para ser comportada ou respeitosa, é preciso introduzir uma educação alimentar. Isso deve partir dos pais, que são responsáveis pelas compras do mercado e devem ter consciência de levar para casa apenas o necessário. Um bom começo é reduzir ao máximo os alimentos industrializados, que normalmente contêm muito açúcar.” (AG)