Quinta-feira, 23 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2016
O grupo investigado na Operação Hashtag, suspeito de planejar um atentado terrorista nos Jogos da Rio-2016, foi denunciado nesta sexta (16) à Justiça Federal do Paraná.
Eles são acusados dos crimes de promoção de organização terrorista e associação criminosa. É a primeira denúncia oferecida no Brasil por esses crimes, previstos na Lei Antiterrorismo, promulgada este ano.
Dos 15 investigados que estão presos temporariamente em Campo Grande (MS), oito foram denunciados.
São eles: Alisson Luan de Oliveira, 19 anos; Leonid El Kadre de Melo, 32; Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo, 27; Israel Pedra Mesquita, 26; Levi Ribeiro Fernandes de Jesus, 21; Hortêncio Yoshitake, 29; Luís Gustavo de Oliveira, 27; e Fernando Pinheiro Cabral, 22.
Dos oito, cinco também são acusados de incentivo de crianças e adolescentes à prática de crimes, e um deles, de recrutamento para organização terrorista.
Os planos eram discutidos pelo aplicativo Telegram e por e-mail, com frequentes apologias ao Estado Islâmico. Ramificado em sete Estados, o grupo começou a ser monitorado em março, depois de a PF receber um alerta do FBI.
O grupo cogitou usar armas químicas no ato e contaminar uma estação de abastecimento de água.
PRISÕES
Todos os investigados estão presos temporariamente desde a deflagração da operação, entre os meses de julho e agosto.
O Ministério Público Federal pediu a prisão preventiva dos oito denunciados, além da prorrogação da temporária de outro investigado, Isac dos Santos.
Os outros seis suspeitos devem ser liberados, a pedido da Procuradoria, mas há a previsão de medidas cautelares. Os procuradores também solicitam a instalação de tornozeleiras eletrônicas em três deles: Daniel Freitas Baltazar, Vitor Magalhães e Valdir da Rocha.
O juiz federal Marcos Josegrei da Silva, responsável pelo caso, deve decidir neste final de semana se acata ou não a denúncia e os pedidos de prisão.
OUTRO LADO
Em depoimentos recentes à Polícia Federal, parte dos investigados voltou atrás e disse não apoiar o Estado Islâmico ou concordar com o terrorismo.
Um dos denunciados (Luís Gustavo de Oliveira) disse que postagens sobre a produção de uma bomba caseira eram “apenas uma brincadeira”, e outro (Oziris Azevedo) afirmou que “em nenhum momento passou pela cabeça aderir à convocação para doutrinação e treinamento físico”.
Outro dos denunciados, Levi Fernandes de Jesus, ainda afirmou que o islamismo fez parte de “uma fase de confusão mental”, e disse ter se convertido ao cristianismo recentemente.
A maioria dos presos, porém, permaneceu em silêncio quando perguntada sobre os planos do atentado terrorista ou sua simpatia pelo Estado Islâmico. (Folhapress)