Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2016
Duas semanas após o impeachment de Dilma Rousseff (PT) e a posse de Michel Temer (PMDB) na Presidência, políticos, empresários e analistas de países vizinhos continuam de olho na crise política brasileira e no comportamento da economia do País considerado fundamental para o desempenho econômico regional.
Enquanto setores e governos mais à esquerda no continente já descrevem Temer como “inimigo externo”, analistas destacam que o novo presidente ainda é desconhecido por grande parte da população, e terá na condução da economia peça-chave para a imagem que criará de agora em diante na região.
Para os vizinhos, é difícil permanecer indiferente ao que ocorre no Brasil, maior país da América Latina. Muitos deles, como a Bolívia, dependem do Brasil. Nos últimos dias, por exemplo, a discussão sobre a saída de Dilma e a chegada de Temer ao poder provocou divisões na base governista uruguaia e até seminários em escolas do ensino médio de Buenos Aires.
A Argentina tem no Brasil o principal destino de suas exportações, e a Bolívia exporta seu principal produto ? o gás ? ao país, e está prestes a negociar um novo acordo para venda do produto, lembra o analista econômico Javier Gomez, do Centro de Estudos para o Desenvolvimento Trabalhista e Agrário, de La Paz.
No caso argentino, a polarização verificada no Brasil se projeta no cenário político local. O kirchnerismo, grupo político que governou o país de 2003 a 2015, critica Temer como “golpista”, lembra Andrés Kozel, professor de Ciência Política da Universidade de San Martín.
Recentemente, Nestor Pitrola, deputado do partido esquerdista Polo Obrero, disse no plenário do Congresso argentino que Temer é um político “muito impopular” que fará “um ajuste contra os trabalhadores”. (BBC Brasil|)