Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de outubro de 2016
Um planeta rochoso descoberto na zona “habitável” da estrela mais próxima do nosso Sistema Solar, a Proxima Centauri, pode estar coberto de oceanos, afirmaram cientistas do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica da França).
Uma equipe de pesquisadores, incluindo astrofísicos do CNRS, calcularam o tamanho do planeta nomeado Proxima b, assim como as propriedades de sua superfície, e concluíram que este pode ser um “planeta de oceanos” semelhante à Terra.
Cientistas anunciaram a descoberta do Proxima b em agosto, e disseram que este pode ser o primeiro exoplaneta (planeta fora do nosso Sistema Solar) a ser visitado, um dia, por robôs da Terra. O planeta orbita dentro de uma zona “temperada” da sua estrela Proxima Centauri, localizada a “apenas” 4,2 anos-luz da Terra.
Estima-se que o Proxima b tenha uma massa de cerca de 1,3 vezes a da Terra e que orbita a cerca de 7,5 milhões de quilômetros da sua estrela – cerca de um décimo da distância a que orbita Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol.
“Ao contrário do que se poderia esperar, tal proximidade não significa necessariamente que a superfície do Proxima b seja muito quente” para a água existir na forma líquida, disse um comunicado do CNRS.
Proxima Centauri é menor e mil vezes mais fraca do que o nosso Sol, o que significa que o Proxima b está exatamente na distância certa para as condições serem potencialmente habitáveis.
“O planeta pode muito bem conter água líquida em sua superfície e, portanto, também algumas formas de vida”, disse o comunicado.
O tamanho de exoplanetas é geralmente calculado medindo a quantidade de luz que eles bloqueiam, a partir da perspectiva da Terra, quando passam na frente da sua estrela hospedeira. Mas nenhum trânsito deste tipo do Proxima b foi observado ainda, então a equipe teve que confiar em simulações para estimar a composição e o raio do planeta. Eles calcularam que o raio é de entre 0,94 e 1,4 vez o da Terra, que é de 6.371 quilômetros, em média.
Presumindo um raio mínimo de 5.990 quilômetros, o planeta seria muito denso, com um núcleo metálico que corresponde a dois terços de toda a massa do planeta, envolvido por um manto rochoso. Caso exista água na superfície, esta corresponderia a 0,05% da massa total do planeta, indicou a equipe. Não é muito diferente da Terra, onde essa porcentagem é de 0,02%.
No cenário em que o Proxima b é maior, com um raio de 8.920 km, sua massa seria dividida, em partes iguais, entre um centro rochoso e a água circundante. “Neste caso, o Proxima b seria coberto por um único oceano líquido, de 200 km de profundidade”, disse o CNRS. “Em ambos os casos, poderia haver uma atmosfera fina e gasosa cercando o planeta, como na Terra, tornando o Proxima b potencialmente habitável”, concluiu o instituto. (AG)