Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 15 de outubro de 2016
Uma análise com base em dados de mortalidade e população de cerca de 40 países indica que a Humanidade pode já ter atingido seu teto de longevidade. A expectativa média de vida continuará a aumentar e as pessoas vão atingir idades bem avançadas, segundo os pesquisadores, mas quem chega aos 110 anos atualmente, por exemplo, não tem uma expectativa de vida muito maior que quem tinha a mesma idade em 1970.
Desde então a tendência de idade para a pessoa mais velha do mundo é de 115 anos, e os pesquisadores previram que esse limite permaneceria estável no futuro. Atualmente, o homem mais velho do mundo, segundo o “Guiness Book”, o livro dos recordes, é Israel Kristal, de 113 anos.
“É possível que alguém possa viver um pouco mais, mas a chance de chegar aos 125 anos é menor que uma em dez mil”, analisa o geneticista molecular Brandon Milholland, da Escola Albert Einstein de Medicina e um dos líderes do estudo, publicado na revista científica “Nature”. “Apesar dos ganhos na expectativa de vida, há um limite além do qual a vida útil máxima dos humanos não pode ser estendida”, explica.
Desde o século 19, o aumento da expectativa de vida tem sido guiado por fatores ligados à saúde pública, como o desenvolvimento de vacinas, antibióticos, tratamentos para câncer e doenças cardíacas, além da melhoria de condições sanitárias, fatores ambientais e de nutrição.
“Suspeitamos que o acúmulo de danos com a idade, especialmente mutações nas células individuais do corpo e mutações somáticas, em última análise limitam a vida útil”, diz Milholland.
O foco da pesquisa médica, segundo ele, costuma ser em doenças individuais, e esses estudos não trabalham com a extensão máxima da vida útil porque isso teria impacto ou limitaria o efeito sobre todos os outros órgãos. Desta forma, um tratamento para melhorar a função cardíaca, por exemplo, não tem como premissa a prevenção da neurodegeneração.
“Progressos contra doenças crônicas e infecciosas continuarão aumentando a expectativa de vida, mas não a vida útil máxima”, sentencia o autor sênior do estudo Jan Vijg, professor de genética e ciências da visão da Escola Albert Einstein de Medicina.
“Embora seja concebível que os avanços terapêuticos possam aumentar a longevidade humana para além dos limites já calculados, seria necessário que tais avanços superassem as muitas variantes genéticas que parecem determinar coletivamente a vida humana”. (AG)