Sexta-feira, 15 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 27 de outubro de 2016
No ano 2000, João Arantes Júnior (JAJ), fundador da Senepol Nova Vida, importou os primeiros animais vivos da raça Senepol. Treze anos depois, os filhos Ricardo Arantes e João Arantes Neto realizam nova façanha e adquirem, com exclusividade, o acervo da norte-americana Sacramento Farms e jovens doadoras WC, CN e PRR, visando o refrescamento de sangue do rebanho brasileiro. Num primeiro momento, este legítimo patrimônio genético foi utilizado junto às doadoras JAJ, mas nas próximas semanas, a história do taurino adaptado no Brasil ganha um capítulo: o 1º Leilão Senepol Nova Vida PO Importado.
A Senepol Nova Vida afirma que este remate será um divisor de águas na raça, pela apresentação de uma genética selecionada nas Ilhas Virgens, berço do Senepol, e nos Estados Unidos, desde a sua origem. Será um grande diferencial aos criatórios que desejam dar um “plus” na seleção ou para aqueles que vão começar sua história na raça com produtos da “parte de cima da prateleira”. Isso porque o acervo internacional agora regido pelo afixo Senepol Nova Vida USA é o maior e mais variado do mundo, reunindo linhagens de vanguarda como WC, CN, PRR e SCR, os quatro pilares principais da base Senepol.
Para atender a públicos distintos, o evento será executado em duas etapas, sendo a primeira no dia 31 de outubro, a partir das 18h30, na Sociedade Hípica de São Paulo, com transmissão pelo Canal Rural. É a mais aguardada, pela rara oportunidade em acessar 25 doadoras Senepol PO Importadas, participantes de uma prova de eficiência alimentar inédita no Instituto de Zootecnia, sediado em Sertãozinho (SP). No dia seguinte (1 de novembro), às 21 horas, a oferta será exclusiva pelo Canal Rural, com a apresentação de 35 touros de repasse Senepol PO Importados, também provados pela instituição. A classificação será divulgada durante o remate.
Genética que vem do berço – O 1º Leilão Senepol Nova Vida PO Importado remonta uma história que começou em meados do século XIX, nas Ilhas Virgens, quando os irmãos Nelthropp cruzaram touros Red Poll com vacada N’Dama, dando origem ao Senepol. Na virada da década, quando migraram de atividade, a nova raça foi transferida para a Annaly Farm, fundadora da consagrada linhagem WC, em atividade até os dias atuais.
Já em 1957, Howard Wall, pai de Caroline Gasperi, viúva de Mario Gasperi, introduziu os primeiros animais na Castle Nugent (CN), linhagem perpetuada até 2006, sendo o rebanho doado à Universidade das Ilhas Virgens para fins de pesquisa. Em 1977, os norte-americanos importaram 22 animais das Ilhas Virgens e o Senepol passou a contar com dois núcleos distintos de seleção. Art Martinez, da norte-americana Prime Rate Ranch (linhagem PRR) foi um dos que mais acreditou nas famílias WC e CN, selecionando-as com extremo critério. Pouco antes de falecer, ele havia liquidado todo seu plantel à Sacramento Farms, hoje nas mãos da Senepol Nova Vida. “Quando lançamos a filial em Okeechobee, regressamos às Ilhas Virgens e adquirimos outras 22 doadoras das linhagens fundadoras WC e CN. Por esse motivo, a melhor genética Senepol do planeta está aqui na Nova Vida, acessível a todos que sabem da importância da pureza racial”, explica João Arantes Neto.
Sem riscos de consanguinidade – Com o crescimento frenético vivenciado pela raça, o Senepol PO Importado não poderia chegar em melhor hora. O Brasil detém o maior plantel de Senepol do mundo, com quase 60 mil animais, e sua base são as 90 doadoras que chegaram através da Nova Vida na primeira importação. “A consanguinidade não será uma ameaça ao exímio trabalho de seleção realizado pelos criadores nesses 16 anos de Senepol no Brasil. Além do critério nos acasalamentos, o rebanho PO Importado é um importante aliado. São doadoras adquiridas em 2013 e 2014, sem contar a qualidade dos reprodutores. As quatro linhagens que compõem o acervo revelaram os melhores raçadores de central”, garante Ricardo, informando que, agora, a propriedade opera em dois núcleos de seleção.
Eficiência comprovada – Como já mencionado, os lotes a serem ofertados passam por uma prova de desempenho e eficiência alimentar conduzida pelo Instituto de Zootecnia (IZ). “A dieta, servida duas vezes ao dia, é constituída de milho em grão e moído, feno, capim brachiária e sal mineral com ureia, cuja composição química é de 67% de NTD (Nutrientes Digestivos Totais) e 13% de PB (Proteína Bruta) e registra-se um ganho de peso médio diário preliminar de 1,1 kg. Ao final da prova conheceremos os animais que converteram mais peso ingerindo menos comida em comparação ao restante do lote”, revela a pesquisadora Dra. Joslaine Noely S. G. Cyrillo.
O gado está alojado em piquetes de 2.400 m², equipados com cochos automáticos que permitem cálculos exatos através dos sistemas (Growsafe System® e Intergado). As pesagens são executadas em diferentes fases e mensurações de altura de garupa, perímetro escrotal e torácico, comprimento corpóreo, área de olho de lombo (AOL) e espessura de gordura serão feitas ao final da prova.