Terça-feira, 25 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 17 de junho de 2015
Quase 70 anos depois da morte do lendário gângster Al Capone, sua antiga residência em Miami Beach, no Estado americano da Flórida, voltou a ganhar vida como cenário para gravações de televisão, cinema e publicidade com o aluguel de diárias.
A caixa de correio da casa onde viveu e morreu Al Capone não esconde segredos. Qualquer um que consiga chegar ao local pode bisbilhotar seu interior, onde uma correspondência de propaganda convida a dar aulas particulares de tênis aos novos donos: a empresa de investidores imobiliários MB América. A poucos passos do lugar onde o gângster recebia suas cartas, uma porta branca leva ao acesso principal da casa, uma vila de estilo colonial espanhol com mais de 2,7 mil metros quadrados, construída em 1922.
O mafioso a comprou por 40 mil dólares no final dos anos 1920 e a tornou sua residência. Dela saiu para ser encarcerado na prisão de Alcatraz, acusado de evasão de impostos; e a ela voltou seis anos depois, quando cumpriu sua pena, já acometido pela demência senil. Al Capone morreu em um dos quartos da residência, em 1947, após sofrer um infarto.
A estrutura da mansão é composta por três edifícios diferenciados. Dois, nos lados, eram destinados aos funcionários de segurança e a convidados, enquanto o gângster vivia no bloco central. Toda a vila é pintada de branco e cercada por um jardim de plantas tropicais, que conservou seu projeto original. Em um dos lados da propriedade se encontra uma fonte construída com coral rosa.
Reforma de 2 milhões de dólares.
“Dizem que aqui Al Capone se sentava com sua mãe e sua neta para rezar”, comentou Marco Bruzzi, representante dos novos proprietários – a empresa de investidores imobiliários MB América. “Eles adquiriram a propriedade em 2014, e pagaram 8 milhões de dólares. Foram investidos mais 2 milhões de dólares para restaurá-la”, assinalou Bruzzi.
Agora, a lendária propriedade pode ser alugada por um valor de 5 mil dólares a diária. “A estrutura original das paredes foi mantida, entretanto foi preciso reparar fendas e restaurar partes essenciais, como o chão e o telhado. A casa estava em más condições. Da mobília original não ficou praticamente nada, só lâmpadas, portas e janelas”, acrescentou.
Sensação especial.
Por outro lado, ficou intacto um dos banhos projetados ao gosto de Capone no edifício central. O banheiro é revestido de azulejos amarelos e negros. Mike L. é o empreiteiro responsável pelas mais de 50 pessoas que se encarregam das obras de restauração do local. “Você sente uma sensação especial. Eu acho que Al Capone não era tão mau como dizem. Viemos trabalhar pensando que encontraríamos armas e álcool no porão. Só havia serpentes e caranguejos”, brincou.
No chão de madeira do dormitório onde morreu o mafioso havia um enxame de abelhas. Foi preciso contratar especialistas para exterminá-las. A poucos metros de distância do lugar onde Al Capone pescava tilápias, uma embarcação turística pôde se entreter fotografando a mansão, que voltou a ser parada obrigatória na região. (AE)