Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de fevereiro de 2017
A atriz Carolina Froes, de 22 anos, diz ter sido despida à força e agredida durante o desfile do bloco pré-carnavalesco Casa Comigo, na avenida Brigadeiro Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo, na tarde do último sábado (18). Ela publicou um relato do episódio em sua página no Facebook, que viralizou na internet.
Segundo Carolina, a agressão ocorreu próximo à Estação Faria Lima do Metrô quando ela deixava a folia, onde estava vendendo geladinhos com as amigas. “Depois de três horas trabalhando embaixo de sol, minhas amigas e eu estávamos indo embora junto com uma multidão, quando ele, vindo por trás, puxou e tira a minha parte de cima da roupa.”
A jovem usava uma blusa que é amarrada nas costas e afirma que, assim que foi despida, virou-se e passou a agredir o homem que foi apontado por uma testemunha como o assediador. De acordo com a atriz, ele era um “armário” com “o dobro do tamanho” dela, e ria mesmo sendo atingido. Ela diz que, então, começou a tentar segurá-lo e gritou para que alguém chamasse a polícia.
“Nisso ele me agarra pelo pescoço e me enforca enquanto eu tento chutar. Me levanta pelo pescoço, e então me joga no chão. Caí. Sem blusa e sem ajuda. Foi quando machuquei meu braço. Levantei mais nervosa, gritando mais alto e preparada pra machucá-lo mais”, relembrou.
Carolina conta que, no meio da confusão, conseguiu ver que o agressor ficou com o pescoço bastante arranhado. “Depois me disseram que o braço dele também sangrou. Minhas unhas estão todas quebradas, então provavelmente é verdade”, acrescentou.
A atriz afirma que nenhuma das pessoas que presenciaram a cena a ajudou. Segundo ela, algumas ainda tentaram impedi-la de reagir. “Quando levantei, cinco pessoas me seguraram. Ninguém segurou o agressor. Enquanto eu gritava pra me largarem, enquanto eu gritava pedindo pra que o segurassem, vi ele indo embora rindo.”
A jovem diz que teve vontade de desaparecer após o ocorrido e chegou a pensar em não voltar a um bloco carnavalesco. Depois, com a cabeça mais fria, diz que refletiu melhor: “Amo o carnaval. O que aconteceu comigo no sábado não é carnaval. O que aconteceu comigo no sábado é abuso, é assédio, é agressão, é violência”.
Bloco lamenta
Raul Cilento, um dos fundadores do bloco Casa Comigo, lamentou o episódio. Ele disse que ficou sabendo do ocorrido por meio de amigos que tem em comum com a vítima. “Por mais que em diversos momentos do desfile a gente tenha alertado aos foliões e tentado conscientizá-los que esse tipo de atitude é inadmissível, infelizmente aconteceu nos arredores do desfile”, afirmou.
“Muito triste acontecer esse tipo de agressão. No que depender do Casa Comigo, iremos continuar alertando através da arte e do nosso manifesto junto ao poder público pra que esse tipo de comportamento seja banido não só do carnaval mas da sociedade brasileira”, completou Cilento.