Por Redação O Sul | 23 de junho de 2015
Uma pesquisa inédita feita pelo Ministério do Esporte e apresentada nesta segunda-feira (22) pelo titular da pasta, George Hilton, no Rio de Janeiro (RJ), mostra que o sedentarismo atinge 45,9% dos brasileiros. Os números do Diesporte (Diagnóstico Nacional do Esporte) foram coletados no ano de 2013 e revelam que 67 milhões de pessoas não fazem atividade física ou praticam esporte.
O problema é mais comum entre as mulheres, grupo no qual o índice chega a 50,4%. Entre os homens, o percentual cai para 41,2%.
Para a Organização Mundial da Saúde, o indivíduo ativo regular é aquele que pratica alguma atividade física pelo menos três vezes por semana, em seu tempo livre, com duração mínima de 30 minutos. No Brasil, o Diesporte aponta que a população mais jovem é a que mais pratica atividade física. Nas faixas entre 15 e 19 anos, os declarados sedentários são 32,7%, já na faixa 20 a 24 anos o número sobe para 38,1%. A partir daí, a taxa de sedentarismo ultrapassa os 40% e vai crescendo continuamente até atingir 64,4% dos brasileiros que têm entre 65 e 74 anos.
A faixa etária na qual mais se abandona a prática esportiva, segundo o Diesporte, se dá entre 16 e 24 anos (45%). O principal motivo declarado pelos entrevistados é a falta de tempo ou outras prioridades (estudo, trabalho, família). Tanto homens quanto mulheres alegam a falta de tempo como a maior razão do sedentarismo. A chegada ao mercado de trabalho é apontada como uma das causas para o abandono da atividade física. Ao todo, 69,8% das pessoas que deixam de fazer exercícios afirmam que a falta de tempo para conciliar com o trabalho e os estudos foi a causa desse afastamento.
Pesquisa
Ao todo, foram realizadas 8.902 entrevistas. Os dados foram ponderados com base em uma projeção da população brasileira por região, sexo e grupos de idade, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística para 2013, de aproximadamente 146.748.000 brasileiros, quantidade equivalente à população entre 14 e 75 anos.
Executada entre 2010 e 2014, a pesquisa Diagnóstico Nacional do Esporte teve apoio e participação de seis instituições federais de ensino superior dos seguintes Estados: Rio Grande do Sul, Goiás, Rio de Janeiro, Amazonas, Sergipe e Bahia. As universidades ajudaram a coordenar os trabalhos.
Escolaridade
Quanto à escolaridade dos entrevistados, 77,2% dos analfabetos responderam que não praticam esporte ou atividade física. Entre os alfabetizados, a maioria (69%) também não faz exercícios. Aqueles que possuem ensino fundamental (do 1 ao 5 ano – 55,2% – e do 6 ao 9 – 41,7%) deram a mesma resposta: não fazem atividade. É a partir do ensino médio que a situação muda, com a maioria (38%) praticando exercícios regularmente. As pessoas com superior completo que fazem atividade regular também dominam o grupo (45,3%). Entre as pós-graduadas, a maioria (38,5%) pratica exercícios.
Futebol
O futebol é o esporte favorito dos brasileiros, sendo praticado por 76,6% das pessoas que declararam fazer atividade física. Em seguida, aparecem vôlei (21,4%), academia (4,5%) e corrida (3,8%). O futebol também aparece como o esporte mais abandonado pelos homens (76,6%), enquanto o vôlei é a prática mais apontada pelas mulheres como a interrompida (21,8%).
A atividade física mais praticada em 2013, tanto por homens quanto por mulheres, foi a caminhada (45,7%), de acordo com o estudo do Ministério do Esporte. Em segundo lugar aparece andar de bicicleta (14,1%). Ao serem questionados sobre as motivações para praticar esportes, ambos os sexos responderam, em sua maioria, ser em função da qualidade de vida e do bem-estar. (ABr e Ministério do Esporte)
