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Por Redação O Sul | 24 de junho de 2015
Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (23) pelo instituto Datafolha aponta que 67% dos entrevistados – quase sete em cada dez – são contrários à reeleição de presidente da República, contra 30% que são favoráveis à recondução do chefe do Executivo ao cargo. A pesquisa ouviu 2.840 pessoas nos dias 17 e 18 de junho. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
O apoio maciço ao fim da reeleição é inédito. Na primeira pesquisa sobre o tema, em 2005, 65% dos brasileiros se diziam a favor do direito do presidente concorrer a um novo mandato. Era véspera do ano eleitoral que teria o então presidente Lula concorrendo mais uma vez ao Palácio do Planalto.
Dois anos depois, com Lula já reeleito, o apoio à reeleição recuou sete pontos, mas continuava sendo uma opinião compartilhada por mais da metade do eleitorado. Agora, com a presidenta Dilma Rousseff recém-reeleita batendo recorde de rejeição (65% a desaprovam), só 30% são favoráveis à reeleição. Já os contrários pularam de 39% para 67% desde o último estudo. Opiniões sobre reeleição para governadores e prefeitos são quase idênticas.
O fim da reeleição foi aprovado em votação no primeiro turno do projeto da reforma política na Câmara dos Deputados, em maio – 452 parlamentares votaram a favor e 19 contra. A proposta ainda tem que passar por segundo turno na Casa e pelo Senado para começar a vigorar.
Voto facultativo
O Datafolha também questionou os entrevistados sobre outro tema da reforma política, o voto facultativo. Em outubro de 2014, 54% rejeitavam que votar fosse obrigatório. Agora, esse índice passou para 66%, o maior patamar já verificado pelo Datafolha. O voto facultativo, no entanto, não foi aprovado pelos deputados, que mantiveram a obrigação para os eleitores brasileiros.
Quando o Datafolha perguntou se os eleitores votariam caso o voto deixasse de ser obrigatório, seis em cada dez responderam que não. Ainda segundo a pesquisa, se o voto fosse facultativo, seriam os mais pobres os que mais deixariam de comparecer às urnas.
Entre os que têm renda familiar abaixo de dois salários mínimos, 35% votariam se não fossem obrigados. Esse índice é de 62% entre os de renda familiar acima de dez salários. Entre os que têm ensino superior, 56% votariam. No grupo dos que têm até o ensino fundamental, 34% exerceriam esse direito. (Folhapress e AG)