Sábado, 19 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de abril de 2017
Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, disse nesta quinta-feira (20) ao juiz Sergio Moro que o tríplex do Guarujá, litoral de São Paulo, era propriedade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “O apartamento era do presidente Lula desde o dia que me passaram para estudar os empreendimentos da Bancoop, cooperativa habitacional dos bancários. Já foi me dito que era do presidente Lula e de sua família. Que eu não comercializasse”, relatou o empreiteiro após ser perguntado pelo advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins, se ele “entendia” que a OAS havia repassado a propriedade ao ex-presidente.
O empreiteiro afirmou também que o dinheiro para bancar as reformas no tríplex vinha de propinas de contratos da Petrobras. “A OAS não teve prejuízo na reforma porque foi paga através da Rnest (refinaria Abreu e Lima, da Petrobras), do encontro de contas dela e de outras obras. Isso é muito claro”, disse Pinheiro. Confirmou que usou “valor de pagamento de propina” nas obras. A defesa de Lula nega que ele seja proprietário do apartamento.
No interrogatório Pinheiro também revelou ao juiz que foi orientado pessoalmente por Lula a destruir provas que pudessem incriminá-lo. Segundo ele, a destruição de evidências foi discutida com o petista em um encontro em junho. “O presidente (Lula) me fez a seguinte pergunta: ‘Léo — notei que ele estava até um pouco irritado —, você fez algum pagamento a João Vaccari (ex-tesoureiro do PT) no exterior’. Não, presidente. Eu nunca fiz pagamento a essas contas no exterior. ‘Como é que o senhor está procedendo os pagamentos para o PT?’ Através de João Vaccari, de orientação de caixa dois, doações diversas a diretórios, e tal.’ Você tem algum registro de encontro de contas, de alguma coisa que tenha feita com João Vacari. Se tiver, destrua’, relatou. Há um silêncio após a fala.
Assessoria de Lula, em resposta, disse que a afirmação de Pinheiro é “desprovida de provas e faz ilações sobre supostos acontecimentos de três anos atrás que jamais ocorreram”. “Ela foi feita por alguém que busca benefícios penais”, diz o texto.