Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de abril de 2017
A PF (Polícia Federal) indiciou Carolina Pimentel, mulher do governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT); o secretário de Estado de Casa Civil e de Relações Institucionais, Marco Antônio Rezende Teixeira, e o secretário de Estado de Planejamento e Gestão, Helvécio Magalhães. Foram indiciados também dois executivos e um publicitário. Todos os indiciados são investigados na Operação Acrônimo.
Carolina Pimentel foi indiciada por corrupção, lavagem de dinheiro e crime eleitoral. Antonio Maciel, ex-presidente da Caoa, e o presidente do grupo Aliança, Elon Gomes, foram indiciados por falsidade ideológica e crime eleitoral. Não há acusação contra as duas empresas. O publicitário Vitor Nicolato também foi indiciado. As acusações contra os secretários não foram divulgadas.
O advogado Thiago Bouza, que integra a defesa da primeira-dama, disse que teve acesso ao indiciamento e falou que vai se pronunciar somente nos autos, pois o processo corre em segredo de Justiça. O defensor afirmou ainda que não conseguiu ter acesso à integra das investigações.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Casa Civil e Relações Institucionais informou que Marco Antônio Teixeira vai se manifestar somente após ter acesso aos autos da investigação. Já a assessoria da Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão disse que Helvécio Magalhães tomou conhecimento do fato pela imprensa, que nunca lhe foram pedidas informações sobre o processo e que jamais participou de qualquer oitiva por parte da Polícia Federal. O secretário somente irá comentar o assunto quando tiver acesso aos autos do processo.
Por meio de nota, o Grupo Aliança informou que não tem como comentar por não ser parte do caso. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Antonio Maciel, ex-presidente da Caoa, e do publicitário Vitor Nicolato.
A operação apura um esquema de lavagem de dinheiro em campanhas eleitorais e recebimento de vantagens indevidas por parte de agentes públicos. O governador de Minas é suspeito de ter utilizado os serviços de uma gráfica durante a campanha eleitoral de 2014 sem a devida declaração dos valores, e de ter recebido “vantagens indevidas” do proprietário dessa gráfica, o empresário Benedito Oliveira, conhecido como Bené.
A PF apurou se a primeira-dama, que é jornalista, manteve uma empresa de fachada no Distrito Federal, usada pela organização do empresário Benedito de Oliveira. Em depoimento, Carolina ficou calada. Na ocasião, o advogado da primeira-dama entregou documentos à Justica que, segundo ele, comprovam a inocência de Carolina. A empresa de comunicação que pertencia à jornalista teria sido usada, segundo a Polícia Federal, pelo grupo de Benedito para movimentação financeira indevida. (AG)