Sexta-feira, 24 de janeiro de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
28°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Lula criticou Dilma por não ter sido defendido pelo governo

Compartilhe esta notícia:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a articular o contra-ataque por conta própria. (Foto: Werther Santana/AE)

Após confidenciar a aliados estar cansado de não ser ouvido pela presidenta Dilma Rousseff nem ser defendido pelo governo ao ter seu nome ligado a empreiteiras investigadas pela Operação Lava-Jato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva passou a articular o contra-ataque por conta própria. Além de fazer duras críticas ao governo Dilma e cobrar abertamente reação por parte do PT, o ex-presidente trabalhou para que a bancada petista no Senado divulgasse uma nota de desagravo a ele.

Desde a última sexta-feira (19), quando o presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, foi preso, Lula acionou emissários, como os ex-ministros Gilberto Carvalho e Luiz Dulci, para conversar com petistas e articular sua defesa pública. Depois que deixou a Presidência, Lula fez viagens internacionais pagas pela empreiteira. Nessas ocasiões, ele deu palestras para empresários e teve encontros com políticos em países onde a Odebrecht tinha interesse em obras. “Usam cínica e seletivamente da imprescindível luta contra a corrupção para tentar destruir um projeto nacional e popular que elevou o Brasil e o seu povo”, diz trecho da nota dos senadores petistas.

No documento, a bancada do PT manifestou “sua total e irrestrita solidariedade ao grande presidente Lula, vítima de campanha pequena e sórdida de desconstrução de uma imagem que representa o que o Brasil tem de melhor: sua gente”. A nota foi redigida pelo senador Paulo Rocha (PT-PA) e lida em plenário pelo senador Jorge Viana (PT-AC). Dos 13 senadores do PT, três são investigados na Lava-Jato: Humberto Costa, Lindbergh Farias (RJ) e Gleisi Hoffman (PR).

O líder do PT na Câmara dos Deputados, Sibá Machado (AC), marcou reunião da bancada para quinta-feira e pretende fazer um desagravo ao ex-presidente: “Temos que preservar nosso grande ícone”, disse Sibá, cobrando mais diálogo do governo.

Dissidentes petistas comemoraram as críticas de Lula ao governo Dilma: “Eu vinha fazendo críticas à política do governo, e muita gente vinha dizendo que eu queria sair do PT. Se aquelas críticas minhas me levariam para fora do PT, acho que eu ia junto com o Lula”, afirmou o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que se opôs ao ajuste fiscal.

Queixas sobre Cardozo

Segundo integrantes da bancada, no atual embate entre Dilma e Lula, os senadores do PT optaram pelo ex-presidente. Petistas afirmam que a bancada do Senado quis reforçar o discurso de Lula de que é preciso ter atuação mais pró-ativa em relação à Lava-Jato, que investiga esquema de corrupção na Petrobras. Conforme eles, Lula tem se sentido abandonado, reclama que o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) atua como se não tivesse controle da PF (Polícia Federal) e que Dilma teria “lavado as mãos”.

O ex-presidente quer que o governo e o PT condenem supostos excessos do juiz Sérgio Moro, titular da 13 Vara Federal de Curitiba (PR), que conduz a Lava-Jato, e da PF. Segundo petistas, Lula quer ser “blindado”.

Enquanto o ex-presidente cobra um debate político em torno da Lava-Jato, com a defesa de sua gestão e do PT das acusações de corrupção na Petrobras, Dilma tem afirmado que a PF tem autonomia para trabalhar e que os culpados serão punidos, “doa a quem doer”.

Na semana passada, Lula disse que ele e Dilma estão no “volume morto”, em referência à baixa popularidade, e afirmou que ela mentiu na campanha à reeleição ao dizer que não mexeria em direitos trabalhistas e não faria ajuste fiscal. O ex-presidente também reclamou que o governo é “mudo”. Petistas estão preocupados com a deterioração da relação entre Lula e Dilma. Dizem que eles precisam se entender, se não “vão morrer abraçados”.

“Posição de Vanguarda”

Na mira de Lula, o ministro da Justiça corroborou na terça-feira as críticas feitas pelo ex-presidente ao PT. Cardozo faz parte da Mensagem ao Partido, maior ala de oposição interna do PT, que pregou a “refundação” da sigla durante o escândalo do mensalão. Ele afirmou que “há algum tempo” faz parte de uma corrente da sigla que propõe mudanças, com “correção do que é necessário”: “Mais uma vez, o presidente Lula toma uma posição de vanguarda e coloca um tema em debate. E cabe a todos nós meditarmos a respeito disso, uma vez que parte de um líder que mudou esse País e construiu o partido”, afirmou Cardozo.

Na última segunda-feira (22), Lula disse que o PT “perdeu um pouco a utopia” e que hoje “só pensa em cargo, em emprego, em ser eleito”.

Convocação de Okamotto

A escalada de reação do ex-presidente começou há cerca de duas semanas. O estopim foi a convocação, pela CPI da Petrobras, do presidente de seu instituto, Paulo Okamotto. Inconformado, Lula cobrou explicações do vice-presidente da República, Michel Temer, que é responsável pela articulação política do governo; do relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ); e do líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). (AG)

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Feliciano chama homossexualidade de “modismo” ao falar com “ex-gays”
Câmara derrota governo e aprova reajuste do salário mínimo a todos os aposentados
https://www.osul.com.br/lula-criticou-dilma-por-nao-ter-sido-defendido-pelo-governo/ Lula criticou Dilma por não ter sido defendido pelo governo 2015-06-25
Deixe seu comentário
Pode te interessar