Quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2017
Liderados pelo PSDB, partidos aliados ao PMDB na sustentação do governo de Michel Temer consideram que o presidente perdeu as condições de ficar no cargo, e já fizeram chegar a ele essa avaliação de forma reservada. Pelo roteiro elaborado até aqui, sujeito a revisões dada a imponderabilidade da crise, e como o peemedebista resiste em renunciar, na esteira da delação do grupo JBS na Operação Lava-Jato, a solução será contar com a cassação da chapa Dilma-Temer pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Antes da mais recente crise política (a mais grave desde que o peemedebista assumiu o cargo, há pouco mais de um ano), havia a expectativa de que o TSE “mataria no peito” e livraria o chefe do Executivo de uma punição, apesar das provas reunidas no processo que será julgado no próximo dia 6. Agora, o consenso é de que a cassação resolveria o impasse institucional e livraria o presidente da “confissão de culpa”, como ele mesmo chama a hipótese de renúncia. De quebra, Temer sempre poderá culpar Dilma pelas irregularidades na campanha.
O presidente foi gravado pelo empresário Joesley Batista, que narrou crime de obstrução de Justiça, em um encontro secreto no Palácio do Jaburu, em março. Além disso, segundo Batista, Temer indicou o deputado agora afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para receber propina. Por fim, na delação Temer é acusado de pedir 15 milhões de reais em caixa dois para o JBS e de ter ficado com 1 milhão de reais para si.
Temer nega tudo. Com a desistência em pedir que o Supremo Tribunal Federal suspendesse o inquérito do caso contra si, o presidente indicou a aliados que tentaria defender seu mandato estimulando uma agenda econômica no Congresso. O problema é que ninguém acredita que isso seja viável, como provou a dificuldade na mera leitura do texto da reforma trabalhista no Senado, na terça-feira.