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Colunistas O gigante e o anão

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Episódio de Charlottesville mostrou que a divergência entre Trump e o setor empresarial também se dá no campo da ética (Foto: AP)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Ninguém duvida que os Estados Unidos são uma democracia consolidada, na qual prevalece a economia do mercado e onde o Estado Federal compartilha com as províncias muito dos poderes que poderiam ser só seus. Fiel ao federalismo, que é marca de Jefferson, em sua Carta Magna, reservou, num processo lógico de repartição e descentralização, outro tanto de competências exclusivamente para as referidas províncias.

E o que é mais elogiável e desafiador nessa modelagem (ocorrida, graças a um vivido realismo de respeito à cidadania) é a simbiose que existe entre o Documento Fundamental e um povo que renovado nos últimos séculos, espontaneamente e informalmente tem transmitido de geração à geração, esse legado de parceria que tem sido o alicerce do Estado de Direito.

E toda essa obra político-jurídica foi capaz de balizar a vida individual e, na coletiva, a vida de relação, circulação sanguínea de uma sociedade onde, em sua maioria, os homens (e as mulheres) são livres porque se submetem às leis.

Extraordinário é que esse monumento inabalável, nascido com menos de 20 (vinte) artigos, venceu o tempo corrosivo de uma sociedade dinâmica em que somente é permanente a mudança.

Poucas emendas foram aprovadas o que, pela raridade, as faz valiosas, conhecidas e reconhecidas. No Brasil na Constituinte 87/88, numa tesão jurídica incontida, fizemos – e eu fiz parte desse gigantismo Constitucional – uma Carta de 295 artigos na parte que deveria ser permanente e SETENTA, nas Disposições Transitórias.

O nosso furor normatizante é de tal ordem que JÁ FORAM APROVADAS CERCA DE CEM EMENDAS CONSTITUCIONAIS, em menos de TRINTA ANOS. Isso que, nos julgando infalíveis, demos o título de CLÁUSULAS PETREAS as que, praticamente, julgamos que deverão ficar perpetuamente inalteradas.

Acometida de indignação contra os muçulmanos, isto é, contra todos, quando o problema é de pequena parte; contra os “hispanos hablantes”, acusando-os de “roubarem” os empregos que, na verdade, desapareceram mundo afora em função da crise econômica mundial; em especial contra os mexicanos – “tan lejos de Dios y tan cerca de los Estados Unidos”, como ironiza o provérbio popular- e fanatizada por um nacionalismo retrô, chegando às fronteiras da xenofobia etc eleitores, numa “minoria majoritária” (menos votantes , mais representantes) deixaram o mundo de boca aberta, num pecado mortal, favoráveis à pena de morte, contra o aborto e com posturas persecutórias racistas etc etc elegeram o inexplicável Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. Uma falha grosseira a que se permite a democracia complacente.

É inexplicável o ocorrido. Dá a impressão de que muitos votaram como se fosse brincadeira, esquecendo que lá não há 2º turno. O despreparado e totalmente egocentrado bilionário começou nomeando a filha, o genro etc para cargos da maior importância, implantando o nepotismo radical na Casa Branca.

Falastrão, disse “muitas e más“já havendo uma coletânea de seus ataques verborrágicos, opiniões e deliberações, que foram anuladas por ele mesmo, logo, logo, Dizem que, na campanha, “fez amor” – figura de estilo, nada físico – com os Russos. Condenou a Coréia do Norte mas anunciou convite – que até agora não fez – para o gorducho ditador visita-lo na Casa Branca (se o encontro ocorrer e o diálogo for gravado, será o grande sucesso da Brodway no gênero, mais que comédia, puro NON SENSE). Enquanto isso, está cheirando mal sua autorização à encomenda de armamentos no valor debochado – porque simultaneamente cortou recursos para os planos de saúde dos mais pobres – de trilhões de dólares que podem ensejar negócios e negociatas – la também tem, e até maiores “ODEBRECHTES” made in USA.

Com sua irresponsabilidade perigosa, em se tratando do homem mais poderoso do mundo, falou mal dos palestinos ao rezar no judaico Muro das Lamentações; passou a fronteira e, em Belém, recebido pelo ABBAS, fez críticas a política de Israel que, pelo inusitado, é capaz de levantar ARAFAT do tumulo. Jurou amor eterno à ditadura mais antiga, mais primária, e mais rica do mundo árabe, a da Arabia Saudita, onde o Rei pode tudo e o povo nunca ouviu falar em eleição.

Na Reunião da OTAN que, na campanha eleitoral atacou a ponto de prometer que dela retiraria os Estados Unidos, portou-se como um aluno envergonhado, temeroso que o professor lhe perguntasse a lição ( entrou mudo e saiu calado; até foi sábio, tentando ocultar a ignorância).

O momento clímax da sua viagem foi o da visita ao Vaticano. Papa Francisco, sabiamente, limitou a audiência a trinta minutos. As cenas televisivas mostram que, as vezes, as imagens bem analisadas, refletem altitude altura moral. Líder por sua inteireza ética, pelas suas posições de preocupação com a violência, a pobreza, o desprezo oficial com os refugiados e, sobretudo, combatente pela paz, nas fotos de ambos não houve dúvidas.: o papa era um gigante, Trump um pigmeu.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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