Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2017
Maria (nome fictício), aluna de jornalismo PUC-SP, sempre teve professores como amigos em seu Facebook, porque achava que o conteúdo que eles postavam poderia ser interessante de forma acadêmica. O que ela não esperava era que o que ela colocava nas redes sociais viraria ‘cantada’ de algum deles.
“Eu tinha tido um casamento no fim de semana e postei uma foto com a roupa, arrumada e tal no meu Facebook. Na semana seguinte, encontrei, junto com uma amiga e o namorado dela, esse professor na faculdade e ele falou: ‘Nossa Maria, se fosse seu marido não deixava você sair de casa’.”
A aluna ficou sem entender o motivo do comentário e questionou o professor. “Porque com aquelas pernas que você tem, não é brincadeira, né? Se fosse minha mulher, só saíria coberta”, respondeu ele. Maria afirma que ficou visivelmente constrangida, assim como seus amigos que estavam com ela naquele momento.
Depois disso, ela decidiu excluir esse e todos os outros professores que tinha em seu Facebook. No entanto, ela preferiu não falar com ninguém da faculdade. “Estava acabado as aulas e eu sabia que o departamento não ia fazer nada”, opina.
Antônio Carlos Malheiros, pró-reitor para assuntos culturais e comunitários da PUC-SP, afirma que é importante que as alunas reportem casos de assédio o mais rápido possível. “Imediatamente eu ouço a pessoa que se diz vítima desse assédio e começamos uma investigação preliminar. Em seguida, se isso estiver efetivamente acontecendo, se tiver indício, mandamos para a comissão disciplinar para uma apuração”, explica.
O docente diz que a faculdade criou um número de apoio à alunas assediadas, formado pela professora Silvia Pimentel – a pessoa mais recomendada caso se queira denunciar um caso.