Quinta-feira, 16 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de junho de 2017
A inflação de maio, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor – Amplo), dobrou na comparação com abril, mas veio abaixo do esperado por analistas. O próprio IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que divulgou o índice oficial, fez o alerta de que a alta de 0,31% em maio (ante 0,14% no mês anterior) está relacionada a um fator pontual: a correção no preço da conta de luz.
Em 12 meses, o IPCA registra alta de 3,6%, abaixo da meta do BC (Banco Central), de 4,5%. É a menor variação acumulada desde maio de 2007, quando registrou 3,18%.
Apesar da tarifa de energia elétrica, a demanda fraca e a grande oferta de alimentos, na esteira da supersafra de grãos prevista para este ano, apontam para uma inflação comportada. Tanto que o grupo Alimentação e Bebidas registrou deflação de 0,35% em maio, embora no acumulado em 12 meses ainda apresente elevação de 2,36%.
“A trajetória descendente da inflação é alimentada pelos preços dos alimentos”, disse a coordenadora de Índices de Preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos: “A safra imensa, com a demanda reduzida, vem dando muito pouco espaço para elevações de preços”. Em maio, os preços da categoria “alimentação no domicílio” ficaram em média 0,56% mais baixos.
Em relatório divulgado na sexta-feira, economistas do banco de investimentos Goldman Sachs avaliam que a surpresa positiva do IPCA de maio, somada ao câmbio e às expectativas de inflação comportados, “eleva a probabilidade” de o BC manter o ritmo de cortes na taxa básica de juros (a Selic, hoje em 10,25%), mudando a sinalização recente.
Ao cortar a Selic em um ponto porcentual, na semana passada, já após a revelação das delações do grupo JBS/friboi, o BC sugeriu que poderia diminuir o ritmo de redução dos juros, por causa da incerteza política.